segunda-feira, 30 de julho de 2012

Curiosidade: A briga entre Touros e Ursos (Bull x Bear)

O mercado financeiro é realmente fascinante. E uma das histórias fascinantes deste mercado é a briga entre “Touros” e “Ursos”. O exército dos touros é tido como o grupo de compradores que fazem com que os preços dos ativos subam (Bull Market). Já o exército dos ursos é tido como o grupo de vendedores que fazem com os preços dos ativos caiam (Bear Market). O fato é que não é o número de “soldados” [a quantidade de touros (compradores) ou a quantidade de ursos (vendedores)] que define qual será o resultado da batalha e sim o tamanho do arsenal que cada exécito possui, em outras palavras, é o volume de compras ou de vendas que determina se o preço de um determinado ativo no mercado financeiro vai subir ou cair. Tal fato é fantástico e representa a mais clara comprovação de uma das teorias da economia: oferta x procura.
  

Mas vamos a curiosidade. Diz uma das teorias sobre a briga entre touros e ursos (Bulls x Bears) que remonta ao século XIX. Imigrantes espanhóis tinham o costume de organizar brigas entre ursos e touros, no sul-sudoeste dos Estados Unidos, região inicialmente colonizada pelos espanhóis, mais especificamente entre os estados da Califórnia, Arizona e Novo México. Diz-se ainda que as pessoas se reuniam aos domingos para verem as brigas e apostarem. Mas o que tem a ver a briga de touros e ursos com o mercado financeiro e a economia em geral?

O fato está associado a maneira como os touros e ursos brigam. O touro usa seus chifres para atacar de baixo pra cima, atirando seu oponente para cima. Já os ursos brigam dando patadas de cima para baixo, lançando seu oponente para baixo. O interessante é que diz a lenda que geralmente os ursos ganhavam os duelos, visto que os organizadores “preparavam os ursos” para as brigas e eles acabavam ganhando mais vezes. O fato dos ursos ganharem mais vez até faz sentido como metáfora porque quando os mercados estão em baixa, os preços costumam cair muito mais rápido do que quando estão num mercado altista. Muitos dos grandes investidores do mercado financeiro global podem ser considerados como integrantes do exército dos ursos (Bearish), temos como grande exemplo George Soros, famoso pelas suas atividades enquanto especulador, nomeadamente em matéria de taxas de câmbio, chegando a ganhar US$ 1 bilhão em um único dia apostando contra o banco da Inglaterra, que teve de desvalorizar a libra esterlina em 1992. Por tal fato, Soros é conhecido como o “Homem que quebrou o Banco da Inglaterra”, no evento que ficou conhecido como “Black Wednesday” e, de maneira simplista, a Inglaterra acabou não adotando o Euro.
 

Devido ao touro (Bull) representar a alta, o aumento dos preços, o Bull é tido como símbolo de pujança, otimismo e prosperidade e em plena Wall Street (centro financeiro dos Estados Unidos e do mundo) encontra-se uma estátua de bronze do Bull (Charging Bull).

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Comportamento do mercado e mais um provável efeito segunda-feira

O IBOVESPA encerrou esta sexta-feira, 27 de julho de 2012, em 56.553 pontos, alta de 4,72% em relação ao dia 26 de julho de 2012, alta de 4,35% nesta semana e alta de 4% no mês de julho de 2012. Isto indica que a alta neste mês refere-se basicamente a alta ocorrida nesta sexta-feira. 

Em decorrência das últimas duas altas seguidas do IBOVESPA esta semana (quinta-feira alta de 2,65% e sexta-feira alta de 4,72%) e devido a comprovação histórica e das últimas confirmações do efeito segunda-feira, conforme evidenciado neste blog (segunda-feira: dia 16 de julho queda de 1,7% e 23 de julho queda de 2,14%), a expectativa é que a segunda-feira, 30 de julho de 2012, mais uma vez comprove o efeito dia da semana ou mais especificamente efeito segunda-feira (tendência de baixa e maior volatilidade ocorridas em segundas-feiras).

Desta forma, o IBOVESPA ainda deve seguir entre o intervalo de 52.200 pontos (suporte) a 57.700 pontos (resistência) e aparentemente deve continuar nesta faixa, apesar da possibilidade de rompimento do suporte e início de tendência de queda, visto que durante a semana de 23 a 27 de julho de 2012 o suporte de 52.200 pontos quase foi testado (ocorreu uma mínima de 52.212 pontos no dia 23 de julho de 2012), o que indica a necessidade de atenção para os próximos movimentos.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Vale apresenta resultados abaixo do esperado e IBOVESPA fecha praticamente estável


A Vale fechou o segundo trimestre de 2012 com lucro líquido de R$ 5,3 bilhões, uma queda de 48% em relação ao mesmo período do ano passado, quando registrou lucro de R$ 10,3 bilhões. Em dólares o lucro alcançou US$ 2,7 bilhões, abaixo da expectativa do mercado que esperava US$ 3 bilhões de lucro para o período. A saída do (ex-) diretor financeiro da Vale na última segunda-feira, 23 de julho de 2012, já aparentava ser um indicador que os resultados viriam abaixo do previsto. Como já comentado, a cotação de uma ação é resultado das expectativas em relação aos números passados e das expectativas quanto ao futuro da empresa. Com a Vale não foi diferente. Apesar da divulgação dos resultados só ter ocorrido após o fechamento do pregão desta quarta-feira, 25 de julho de 2012, as ações preferencias da Vale (VALE5) caíram 0,09%, já a cotação das ações ordinárias (VALE3) registrou queda de 0,53%. Tais baixas colaboram para que o IBOVESPA fechasse nesta quarta-feira praticamente estável, com leve queda de 0,06%.

Com isso, o IBOVESPA ainda segue entre o intervalo de 52.200 (suporte) a 57.700 (resistência) pontos e aparentemente deve continuar nesta faixa, apesar da possibilidade de rompimento do suporte e início de tendência de queda, o que indica a necessidade de atenção especial para os próximos movimentos.

O inferno astral da Vale começou basicamente com a saída do ex-presidente da Companhia, Roger Agnelli, em abril de 2011, principalmente após o início do governo da presidente Dilma Rousseff, que pressionou para a saída do executivo por considerá-lo inábil politicamente e por ele refutar “sugestões oficiais”. Neste sentido, tal fato já vinha sendo muito questionado durante o governo Lula que queria porque queria que a Vale entrasse fortemente no segmento siderúrgico, o que Agnelli considerava que era algo similar a concorrer diretamente com os clientes (ou simplesmente querer acabar com os clientes), principalmente no Brasil – mineradora vende minério basicamente para siderúrgicas. Enquanto a Vale viu a cotação de suas ações caírem algo em torno de 20% após a saída de seu ex-presidente, Roger Agnelli anunciou a criação de uma nova mineradora, a B&A, que atuará no Brasil, América Latina e África. A empresa é fruto de associação entre Roger Agnelli e o BTG Pactual e deve investir R$ 1 bilhão no negócio.

Expectativa para esta quarta-feira!


Principais bolsas europeias abrem em alta (exceção de Londes): Alemanha DAX 0,11%; França CAC40 0,29%; Itália MIB 0,64%; Espanha IBEX35 2,01%. Já Londres e principais bolsas asiáticas abriram com queda: Londres FTSE100 -0,17%; Japão Nikkei -1,44%; China Shanghai -0,49%; Hong Kong Hang Seng -0,14%; India BSE -0,59%.

O IBOVESPA, que praticamente já tocou no suporte de 52.200 pontos, indica a necessidade de atenção para os próximos movimentos. Ou rompe o suporte e inicia uma tendência de queda mais evidente ou continua entre 52.200 e 57.700 pontos, hipótese esta que considero mais provável, mas que só será definida durante os próximos dias.

Após três quedas seguidas, acredito que o IBOVESPA deve reagir e a tendência é de recuperação (alta) para esta quarta-feira, 25 de julho de 2012. Após o tombo de ontem, Vale pode ditar novamente a tendência do IBOVESPA e puxar a alta.

O efeito das expectativas! Por que as ações do Itaú subiram mesmo com queda no lucro e as ações do Bradesco caíram mesmo com aumento do lucro?

 
Por diversas vezes observamos que uma empresa divulga informações com ótimos resultados, com números superiores aos dos períodos anteriores, mas a cotação das ações desta empresa – apesar das notícias positivas – acaba caindo. Por que este fato ocorre? É simples: porque o preço de uma ação é baseado em expectativas. Expectativas quanto aos resultados informados quando da divulgação das demonstrações financeiras de um determinado período e expectativas em relação ao futuro da empresa. Neste sentido, observemos o porquê da queda das ações do Bradesco e alta das ações do Itaú.
O Bradesco obteve um lucro líquido de R$ 2,83 bilhões no segundo trimestre de 2012, alta de 1,7% sobre o mesmo período de 2011. No entanto, a expectativa média de 11 analistas era que o lucro recorrente fosse de R$ 2,92 bilhões, ante os R$ 2,87 bilhões obtidos. Desta forma, como a expectativa do mercado foi frustrada, o que ocorreu foi uma forte queda de 4,78%, no dia 23 de julho de 2012, dia da divulgação das demonstrações financeiras referentes ao exercício findo em 30 de junho de 2012.

Já o Itaú apresentou um lucro líquido R$ 3,3 bilhões no segundo trimestre de 2012, queda de 8,2% ante o mesmo período de 2011. Em contrapartida, o lucro recorrente de R$ 3,6 bilhões ficou em linha com a expectativa do mercado. Adicionalmente, o Itaú sinalizou fortemente que está tomando medidas para reduzir sua exposição ao risco de inadimplência, com a associação com o Banco BGM S.A. – Créditos Consignados (atividade com menor retorno, porém com risco muito baixo quando comparado a outras modalidades de crédito) e com a expectativa/meta de decrescer sua carteira de financiamento de veículos de R$ 56,575 bilhões em 30 de junho de 2012 para algo entre R$ 50 bilhões e R$ 52 bilhões em 31 de dezembro de 2012, em virtude da considerada alta inadimplência da carteira de financiamento de veículos. Desta forma, como a expectativa do mercado em relação aos números divulgados esteve dentro do esperado e como uma série de medidas estão sendo tomadas para garantir resultados mais sólidos, as ações do Itaú tiveram a expressiva alta de 3,39%, nesta terça-feira, 24 de julho de 2012, dia da divulgação das demonstrações financeiras referentes ao exercício findo em 30 de junho de 2012. O Itaú não só esteve em linha com as expectativas do mercado como também sinalizou que está adotando medidas importantes para solidez de suas operações, demonstrando sua capacidade de agir rapidamente frente aos acontecimentos locais e globais. Tal fato responde ao questionamento: por que as ações do Itaú subiram mesmo com queda no lucro e as ações do Bradesco caíram mesmo com aumento do lucro?

terça-feira, 24 de julho de 2012

Mais um dia que o IBOVESPA cai e o Dólar sobe! Mercados nesta terça-feira!

A evidência de fortíssima correlação negativa entre o dólar e o IBOVESPA pode ser comprovada mais uma vez. Enquanto o IBOVESPA fechou em baixa de 0,75%, aos 52.638,63 pontos, o dólar ligeira valorização de 0,09%, cotado a R$ 2,044. A crise econômica global, em especial as condições do sistema financeiro espanhol, é o principal fator dos movimentos desta terça-feira, 24 de julho de 2012.
As principais ações responsáveis pela queda do IBOVESPA foram as ações da Vale (VALE5 -4,69% e VALE3 -4,88%), principalmente em decorrência da previsão de menor crescimento da China, que deve cresce “pífios” 7,5% em 2012 (pífios para China, mas nos lembremos que o Brasil deve crescer apenas 1,9% este ano, o que já se faz cogitar retirar o B do Brasil dos BRICs – economias emergentes que mais crescem no mundo: Brasil, Rússia, índia e China).
Maiores altas e baixas:

segunda-feira, 23 de julho de 2012

IBOVESPA cai e dólar sobe! Mais um prognóstico correto!

Conforme comentado anteriormente, IBOVESPA cai 2,14% e dólar sobe 0,92%! Efeito segunda-feira e forte correlação negativa! Mais um prognóstico correto!



http://economia.uol.com.br/cotacoes/ultimas-noticias/2012/07/23/bovespa-tomba-mais-de-2-pelo-segundo-pregao-seguido-e-dolar-sobe-a-r-2042.jhtm

Mercados nesta segunda-feira


Em forte queda, os mercados financeiros das Américas, corroboram o movimento das principais bolsas de valores ao redor do mundo, em especial as asiáticas e europeias. O Dow Jones tem queda de -1,12%, NASDAQ queda de -1,83%, enquanto o IBOVESPA cai mais de 3%. Adicionalmente, o dólar comercial sobe quase 1%, cotado em R$ 2,043 / USD. Tais fatos ratificam os argumentos do efeito segunda-feira e da forte correlação negativa entre Dólar e IBOVESPA, publicados recentemente neste blog.
Fato importante é que o IBOVESPA praticamente tocou na resistência de 52.200 pontos, o que indica a necessidade de atenção para os próximos movimentos. Ou rompe a resistência e inicia uma tendência de queda mais evidente ou continua entre 52.200 e 57.700 pontos, hipótese esta que considero mais provável, mas que só será definida durante os próximos dias.

Agenda da semana


Maiores detalhes vide:

Efeito segunda-feira e cotações do mercado global!


Principais bolsas do mundo em queda: Londres FTSE100 -1,95%; Alemanha DAX -2,03%; França CAC40 -2,07%; Itália MIB -3,36%; Espanha IBEX35 -3,00%; Japão Nikkei -1,86%; China Shanghai -1,26%; Hong Kong Hang Seng -2,99%; India BSE -1,64%. Será o efeito segunda-feira mais uma vez?

Acredito que esta tendência deve ser confirmada hoje nos demais centros financeiros do mundo, inclusive no Brasil! 

Análises dos dados do IBOVESPA entre 2003 e 2012 - "dias da semana":

Relatório de Mercado

O Boletim Focus do BCB - Relatório de Mercado de 20 de julho de 2012 - indica que as ações do governo estão produzir efeitos sim sobre os principais indicadores econômicos para 2012: 

  • A inflação medida pelo IPCA é projetada em 4,92% em 2012, já a inflação medida pelo IGP-M deve alcançar 6,83% (ambos indicadores em alta em relação à semana passada, indicando que a queda dos juros combinada com o aumento dos combustíveis implicarão em inflação maior);
  • Dólar médio em R$ 1,93 e ao final de 2012 em R$ 1,95 / USD (mostra claramente que o mercado está em linha com os meus comentários em 29 de junho de 2012 – que o dólar não pode aumentar muito para a inflação não explodir e deve se situar entre R$ 1,90 e R$ 2,20. Nos próximos Boletins Focus a tendência é que continuem elevando a projeção pelo menos do dólar médio);
  • PIB estimado em 1,90% para 2012: tal mostra que o governo vem sendo ineficaz em relação às medidas adotadas [o corte dos juros básicos (taxa SELIC) está no caminho certo, mas o controle cambial aliado às práticas tendenciosas de escolher os setores da economia a serem beneficiados (intervencionismo estatal) e a corrupção, bem como a persistente manutenção da falta de competitividade – "cartel" – do setor bancário, implicam em menor PIB] e prova que a crise global nunca foi uma "marolinha" e sim a maior crise econômica após a Grande Depressão de 1929.
De ponto positivo observa-se apenas a redução da Dívida Líquida do Setor Público para 35,50% do PIB, já divulgada na semana passada, basicamente em virtude da queda dos juros básicos (taxa SELIC), de 8,50% ao ano para 8,00% ao ano.


quinta-feira, 19 de julho de 2012

Dólar e IBOVESPA: quando um sobe o outro cai?

A análise dos dados do dólar americano (USD) e do IBOVESPA (Índice Bovespa é o mais importante indicador do desempenho médio das cotações do mercado de ações brasileiro) indicam uma forte correlação negativa de -0,94, em outras palavras, quando um sobe o outro provavelmente cairá. Por que isto acontece? Em primeiro lugar, entendamos o período da amostra: os dados analisados referem-se ao período compreendido entre janeiro de 2003 e junho de 2012. Vide gráfico abaixo:
 


Após a observação do gráfico fica claro que realmente tal fenômeno acontece. Tal fato pode ser observado claramente nos pregões (sessões em que se efetuam negócios com ativos registrados em uma bolsa, diretamente na sala de negociações e/ou por sistemas de negociação eletrônica) desta semana, com destaque para a terça-feira. Nesta quarta-feira, 18 de julho de 2012, o IBOVESPA subiu 1,25% enquanto o dólar caiu 0,03%. Na terça-feira, conforme previsto neste blog, o IBOVESPA subiu, a alta foi de 0,95%, enquanto o dólar caiu 0,71%. Na segunda-feira o IBOVESPA caiu 1,71%, conforme previsto neste blog, evidenciando o efeito segunda-feira, enquanto o dólar fechou estável.

Esta relação entre dólar e IBOVESPA pode ser explicada por alguns fatores, dentre os quais se destacam:

  • O IBOVESPA tende a se valorizar (subir) quando os investidores estrangeiros direcionam seus recursos investindo em ações listadas na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), ou mesmo investindo no mercado de futuros de índices, o qual inclui o IBOVESPA. Quando os dólares destes investidores ingressam no Brasil faz com que o montante de dólares aumente e, consequentemente, seu valor baixe [simplificando, da economia temos: quanto mais itens de um determinado ativo (produto, serviços, ações, moedas, etc) existe em um mercado, menos valioso é o ativo. Isto explica também o porquê da grande maioria dos médicos possuírem remuneração acima da média em relação a outras profissões, pelo baixo número de médicos diante da grande demanda da população. Isto é a conhecida lei da oferta e da procura]. 
  • Outro fato relevante para esta forte correlação negativa é que os investidores tendem a buscar alocar seus recursos (investir) nos ativos que proporcionem maior rentabilidade e menor risco (teoricamente, visto que este conceito é referente à Moderna Teoria de Finanças, de mercados eficientes, onde todos os agentes do mercado têm acesso às informações concomitantemente. Em outras oportunidades veremos de forma mais aprofundada que atualmente há evidências que os investidores não efetuam seus investimentos baseados exclusivamente em fatores racionais e tão pouco têm acesso a informações em tempo real. Esta abordagem está sendo chamada de Finanças Comportamentais). Desta forma, como geralmente os retornos obtidos no mercado de capitais (simplificando, no caso em questão, IBOVESPA) são mais altos que outros tipos de investimentos, a tendência é que os investidores optem pelo mercado de capitais, caso estes soubessem de tal fato (por isso que não é possível concluir, a princípio, sobre a hipótese de mercados eficientes, visto que a informação não é percebida por boa parte dos participantes do mercado). Em contrapartida, em épocas de maior incerteza, como em crise financeiras globais, a tendência é que os investidores busquem alocar seus recursos em ativos mais seguros, que até pouco tempo eram os títulos do tesouro americano (ainda são, mas após a crise atual desencadeada nos Estados Unidos em 2007-2008 e que perdura até os dias atuais, muitos - em relação ao que era antes da crise - são os que não consideram tais títulos como a melhor opção de investimento - melhor trade-off entre risco e retorno), que pagam juros muito baixos, mas que têm baixíssima probabilidade de não pagamento (calote). Quando isto acontece e os investidores decidem investir em ativos de menor risco, porém de menor retorno, o volume de dólares que adentram no país diminui e, consequentemente, seu valor aumenta e o IBOVESPA cai pelo menor volume de investimentos, visto que o mercado de capitais é tido como mais arriscado.
Existem outros fatores que acarretam esta curiosidade - Dólar e IBOVESPA: quando um sobe o outro cai. Contudo, o intuito principal é mostrar que dólar e IBOVESPA possuem forte correlação negativa. Para quem ainda não tinha percebido tal correlação fica a dica! Acompanhem! Fica o compromisso de em próximos artigos aprofundar as análises sobre o dólar, o IBOVESPA e as Finanças Comportamentais.



http://economia.uol.com.br/cotacoes/ultimas-noticias/2012/07/18/bovespa-sobe-mais-de-1-e-dolar-fecha-quase-estavel-nesta-quarta-feira.jhtm

terça-feira, 17 de julho de 2012

Mercados nesta terça-feira: Parte II

Os principais mercados asiáticos e europeu (este último com exceção de Londres) já confirmaram a tendência de alta para esta terça-feira! Japão (Nikkei +0,35%), China (Shanghai +0,62%), Hong Kong (Hang Seng +1,75%) Coreia do Sul (KOSPI +0,23%) e Índia (BSE Sensex +0,01%). Portanto, tudo indica que para hoje, 17 de julho de 2012, a tendência também é de alta no Brasil, o que de fato está acontecendo (vide link uol abaixo). O IBOVESPA deve recuperar parte das perdas de ontem e confirmar que terça-feira é o dia da semana de maior retorno, conforme análises preliminares dos dados do IBOVESPA de 2003 a 2012, relembrando, temos:
  • Os anos que apresentaram maiores retornos foram 2003 (97,33%) e 2009 (82,66%). Os anos que apresentaram piores retornos foram 2008 (-41,22%) e 2011 (-18,11%);
  • O mês que apresentou melhores retornos médios foi dezembro (27,05%). Já o mês que apresentou piores retornos médios foi junho (-1,32%) ;
  • O mês de junho foi o que apresentou menor volatilidade (5,27%). Já o mês de dezembro foi o que apresentou maior volatilidade (44,30%);
  • O dia da semana que apresentou melhores retornos médios foi a terça-feira (0,17%) e o dia da semana que apresentou retornos médios mais baixos foi a segunda-feira (0,00%) ;
  • A sexta-feira é o dia da semana que apresentou menor volatilidade (1,57%) e a segunda-feira também foi o dia da semana que apresentou maior volatilidade (2,11%).


http://economia.uol.com.br/cotacoes/ultimas-noticias/2012/07/17/bovespa-e-dolar-operam-em-alta-nesta-terca-feira-acompanhe.jhtm

Hedge, Incerteza e Risco


Um dos objetivos principais do hedge (de hedgear uma posição) é garantir a previsibilidade de um fluxo de caixa, ou seja, eliminar a incerteza. Neste sentido, é necessário obter um entendimento básico sobre o que é risco e incerteza.

Primeiramente é necessário distinguir o que é risco e incerteza e os efeitos da tomada de decisão. Incerteza é algo que não é mensurável e risco é algo que pode ser mensurado por alguma medida estatística (geralmente é utilizado o desvio padrão). A incerteza pode ser eliminada através da tomada de decisão com, por exemplo, a utilização de instrumentos financeiros derivativos. Imagine uma empresa brasileira exportadora que vende US$ 1 bilhão (valor a ser recebido em 30 dias) e que todos os seus insumos e mão-de-obra são locais e pagos em reais (R$). Esta empresa tem risco de oscilação cambial referente a esta venda para o mercado externo. A cotação do dólar tanto pode subir quanto pode cair. Para garantir a previsibilidade de seu fluxo de caixa proveniente da receita com a venda de US$ 1 bilhão (imagine que não há possibilidade de inadimplência), a empresa vende um contrato futuro de US$ 1 bilhão, com mesma data de vencimento do recebimento da venda, por R$ 2,00 / US$. Independentemente da cotação do dólar está acima ou abaixo de R$ 2,00 / US$, a empresa receberá R$ 2 bilhões. Tal fato garantiu a previsibilidade do fluxo de caixa, ou seja, eliminou a incerteza, entretanto não eliminou o risco. Este tipo de operação é chamado de hedge. Suponha que o dólar (US$) estivesse valendo R$ 2,10 / US$ no vencimento. A empresa deixaria de obter uma receita de R$ 2,1 bilhões para obter uma receita de R$ 2 bilhões com o contrato futuro. Desta forma, a empresa tem o risco de deixar de ganhar R$ 100 milhões, no entanto, a empresa receberá os R$ 2 bilhões, o que eliminou a incerteza. Outro aspecto a ser observado é que a ausência de tomada de decisão é uma tomada de decisão. Imagine que a empresa não tivesse tomado a decisão de contratar o contrato futuro. Supondo que a cotação do dólar (US$) seguisse a tendência natural atual – caso não houvesse intervenção estatal – e caísse para R$ 1,80 / US$. A empresa incorreria em uma perda de R$ 200 milhões. Neste caso, sem a contratação do contrato futuro – sem hedge –, a empresa não eliminaria a incerteza e continuaria com o risco de perda devido a variação cambial.

Em suma, observa-se que é possível eliminar a incerteza com o uso de instrumentos financeiros derivativos, ou seja, hedgeando uma posição. Entretanto, o risco não pode ser eliminado. O risco pode sim é ser mitigado, reduzido. Da estatística temos que a probabilidade de um ponto em uma distribuição contínua é zero, isto implica que, como o risco é uma medida estatística contínua, não é possível eliminar o risco. 

Como falou Walter Wriston, CEO do Citibank de 1967 a 1984: “tudo na vida é administração de riscos, não a sua eliminação”.

Gestão de Riscos e Governança Corporativa


Um tema muito comentado nos últimos anos – que alguns até podem achar modismo de administração – é a governança corporativa.

Governança Corporativa está relacionada basicamente a transparência e a boas práticas corporativas, entre elas a gestão do risco. Neste sentido, observa-se que os riscos podem ser mitigados basicamente através de três principais instrumentos:

  • controles internos (gerenciais e operacionais);
  • contratação de seguros; e
  • derivativos (com objetivo de hedge).

Deve-se observar que muitas vezes os três devem ser utilizados em conjunto.

Atualmente é impossível imaginar grandes corporações estruturadas que não possuam controles internos adequados. Portanto, deve-se atentar para a implantação de controles preventivos, detectivos e de aplicativos (estes últimos são os que dependem de sistemas aplicativos, ERP, etc). Não é possível imaginar uma organização profissional sem planejamento estratégico formal, sem código de ética/conduta, sem manual de normas e procedimentos, sem o acompanhamento do orçado versus o realizado, sem o acompanhamento de indicadores (KPI – Key Performance Indicator), etc. Resumindo, não é de se imaginar que uma empresa moderna profissional não se utilize de controles internos apropriados para mitigar os riscos de fraude, entre outros tipos de riscos, e até mesmo para prover a transparência que o mercado demanda, sejam eles acionistas, conselheiros, administradores, clientes, fornecedores, governos e a sociedade como um todo.

Adicionalmente, os seguros auxiliam principalmente a mitigar os riscos de perdas substanciais possíveis, porém muitas vezes improváveis.

E por fim, a utilização de instrumentos financeiros derivativos que é de suma importância para entidades que possam incorrer em riscos de fluxo de caixa devido a oscilações de preços, seja de câmbio, taxa de juros, commodities ou mesmo de índices bursáteis (IBOVESPA, Dow Jones, Nasdaq, etc). Os instrumentos financeiros derivativos com objetivo de hedge muitas vezes não são utilizados por desconhecimento dos agentes do mercado [na maioria das vezes os administradores de empresas e até mesmo uma boa parte dos profissionais do setor bancário não sabem como efetuar (utilizar-se de) operações com derivativos]. Neste sentido, observa-se muito espaço para profissionalização das empresas e para os gestores de riscos que utilizam derivativos.

Portanto, pode-se entender governança corporativa como um conjunto de melhores práticas com o objetivo de profissionalização e transparência, e a gestão de riscos é um de seus principais pilares.

Mercados nesta terça-feira

Tudo indica que para esta terça-feira, 17 de julho de 2012, a tendência é de alta nos mercados financeiros globais, em especial no Brasil. O IBOVESPA deve recuperar parte das perdas de ontem e confirmar que terça-feira é o dia da semana de maior retorno, conforme análises preliminares dos dados do IBOVESPA de 2003 a 2012:
  • Os anos que apresentaram maiores retornos foram 2003 (97,33%) e 2009 (82,66%). Os anos que apresentaram piores retornos foram 2008 (-41,22%) e 2011 (-18,11%);
  • O mês que apresentou melhores retornos médios foi dezembro (27,05%). Já o mês que apresentou piores retornos médios foi junho (-1,32%) ;
  • O mês de junho foi o que apresentou menor volatilidade (5,27%). Já o mês de dezembro foi o que apresentou maior volatilidade (44,30%);
  • O dia da semana que apresentou melhores retornos médios foi a terça-feira (0,17%) e o dia da semana que apresentou retornos médios mais baixos foi a segunda-feira (0,00%);
  • A sexta-feira é o dia da semana que apresentou menor volatilidade (1,57%) e a segunda-feira também foi o dia da semana que apresentou maior volatilidade (2,11%).

Finanças e os Efeitos da Sazonalidade

Confirmando a tendência de queda para o IBOVESPA hoje (queda de 1,71%), conforme comentei logo cedo no Facebook, hoje aparentava que o efeito segunda-feira seria confirmado e assim o foi. Outros importantes centros como Estados Unidos (DJIA -0,39% e NASDAQ -0,40%), Londres (FTSE -0,07%), Espanha (IBEX35 -1,99%), França (CAC40 -0,03%), Itália (MIB -0,36%), China (Shanghai -1,74%) e Índia (BSE -0,28%) confirmaram a tendência de baixa! Mais um prognóstico bem sucedido!

Estou desenvolvendo um estudo sobre os efeitos sazonais e análise técnica para ratificar estes conceitos já difundidos pelo mercado, conhecidos como anomalias de mercado por contrariar a moderna teoria de finanças de eficiência de mercado. Segundo Robert Haugen, finanças pode ser dividida em três estágios: Finanças Antigas de 1930 a 1950, Finanças Modernas de 1950 a 1990 e Finanças Comportamentais de 1990 em diante. Meu objetivo é abordar finanças de forma ampla, no entanto, focando em Finanças Comportamentais e no que há de mais concreto e moderno no mercado financeiro global.

Alguns dados preliminares já podem ser observados (sem testes de hipótese) referentes ao IBOVESPA, de 2003 a 2012:
  • Os anos que apresentaram maiores retornos foram 2003 (97,33%) e 2009 (82,66%). Os anos que apresentaram piores retornos foram 2008 (-41,22%) e 2011 (-18,11%);
  • O mês que apresentou melhores retornos médios foi dezembro (27,05%). Já o mês que apresentou piores retornos médios foi junho (-1,32%) ;
  • O mês de junho foi o que apresentou menor volatilidade (5,27%). Já o mês de dezembro foi o que apresentou maior volatilidade (44,30%);
  • O dia da semana que apresentou melhores retornos médios foi a terça-feira (0,17%) e o dia da semana que apresentou retornos médios mais baixos foi a segunda-feira (0,00%);
  • A sexta-feira é o dia da semana que apresentou menor volatilidade (1,57%) e a segunda-feira também foi o dia da semana que apresentou maior volatilidade (2,11%).