segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Investimentos alternativos

Investimentos alternativos diferem dos investimentos tradicionais (ações negociadas em bolsa de valores, títulos, dinheiro, etc.) nos tipos de ativos e valores mobiliários* incluídos nesta classe de ativos e na estrutura dos veículos de investimento em que estes ativos são mantidos. Os gerentes de carteiras de investimentos alternativos podem utilizar derivativos e alavancagem, investir em ativos ilíquidos e em posições vendidas em valores mobiliários. Muitos tipos de investimentos imobiliários são considerados investimentos alternativos em relação aos investimentos tradicionais. Os tipos de estruturas de investimento alternativos incluem hedge funds, fundos de private equity, vários tipos de investimentos imobiliários e alguns ETFs (Exchange Traded Funds – fundos de índices). As estruturas de custos para investimentos alternativos são diferentes do que as de investimentos tradicionais, com taxas de administração mais elevadas, em média, e muitas vezes com taxas de incentivos adicionais com base no desempenho. Os investimentos alternativos como um grupo têm apresentado baixa correlação com os investimentos tradicionais. Em comparação com os investimentos tradicionais, os investimentos alternativos apresentam:

  • Menor liquidez dos ativos detidos.
  • Maior especialização dos gestores dos investimentos.
  • Menos regulamentação e transparência.
  • Dados mais problemáticos e menos disponíveis sobre histórico de retorno e volatilidade.
  • Diferentes questões legais e tratamentos fiscais.

Categorias de investimentos alternativos

Basicamente podemos classificar os investimentos alternativos em cinco categorias:

Hedge funds. Estes fundos podem utilizar alavancagem, deter posições compradas e vendidas, utilizar derivativos e investir em ativos ilíquidos. Os gestores de hedge funds usam um grande número de diferentes estratégias na tentativa de gerar ganhos de investimento. Eles não fazem necessariamente hedge (cobertura) de risco como o nome pode sugerir.

Fundos de private equity. Como o nome sugere, os fundos de private equity investem em participações em empresas que não são negociadas publicamente (em bolsa de valores) ou em ações de empresas de capital aberto que o fundo pretende tomar de capital fechado. Os fundos levarage buyout (LBO) usam dinheiro emprestado para comprar participações em empresas estabelecidas e compreendem a maioria dos fundos de investimento de private equity. Os fundos de capital de risco (venture capital funds), uma porção menor dentre os fundos de private equity, investem ou financiam empresas jovens (ainda não maduras) em vários estágios do ciclo de vida da empresa (geralmente na fase inicial de existência). Adicionalmente, também classificaremos como fundos de private equity investimentos em títulos de empresas em dificuldades financeiras (distressed investing), embora os hedge funds também possam fazer este tipo de investimento.

Real estate (investimentos imobiliários). Investimentos imobiliários incluem propriedades residenciais ou comerciais, bem como dívidas imobiliárias garantidas. Estes investimentos são realizados em uma variedade de estruturas, incluindo a propriedade plena ou alavancada de imóveis individuais, empréstimos individuais garantidos por imóvel, valores mobiliários negociados publicamente ou de forma privada e lastreados por várias propriedades ou hipotecas. Os investimentos imobiliários podem gerar renda na forma de aluguéis, bem como pelo potencial de ganho de capital.

Commodities. Para ganhar a exposição a variações nos preços de commodities, os investidores podem possuir commodities físicas, derivativos de commodities ou o patrimônio de empresas que produzem commodities. Alguns fundos buscam exposição aos retornos sobre vários índices de commodities, em geral utilizando contratos derivativos com o intuito de acompanhar um índice de alguma mercadoria específica.

Outros. Esta categoria inclui investimentos em ativos colecionáveis tangíveis, tais como vinhos finos, moedas e selos raros, automóveis, joias, relógios, móveis antigos e arte, bem como patentes, um ativo intangível.


Potenciais benefícios dos investimentos alternativos

Os retornos de investimentos alternativos têm apresentado baixa correlação com os de investimentos tradicionais durante longos períodos. Esta é a principal motivação para manter investimentos alternativos – a baixa correlação histórica de seus retornos com os retornos de investimentos tradicionais , o que pode reduzir o risco global da carteira de um investidor. No entanto, as medidas de risco que utilizamos para ativos tradicionais podem não ser adequadas para capturar as características de risco dos investimentos alternativos. Os gestores de carteiras de investimentos alternativos muitas vezes consideram medidas de risco diferente do desvio-padrão dos retornos, como por exemplo o pior mês ou a frequência histórica de retornos descendentes.

Os retornos históricos para investimentos alternativos têm sido maiores, em média, do que os investimentos tradicionais, então adicionar investimentos alternativos a uma carteira tradicional pode aumentar os retornos esperados. As razões para estes retornos mais elevados devem-se a alguns investimentos alternativos serem precificados menos eficientemente que os ativos tradicionais (oferecendo oportunidades para os gestores qualificados), visto que os investimentos alternativos podem oferecer retornos extras por serem ilíquidos e, adicionalmente, os investimentos alternativos costumam usar alavancagem.

Embora pareça que a adição de investimentos alternativos a uma carteira de investimentos vá melhorar tanto o risco da carteira como o retorno esperado, a escolha da alocação ótima de uma carteira com investimentos alternativos é complexa e há problemas potenciais relacionados aos dados históricos dos retornos e a medidas de risco tradicionais. O viés de sobrevivência refere-se ao viés de alta dos retornos caso apenas dados de empresas existentes (sobreviventes) atualmente estiverem incluídos (no cálculo / índice). Dado que as empresas sobreviventes tendem a ser aquelas que melhor apresentam retornos médios, excluir os dados dos retornos das empresas não sobreviventes resulta em retornos médios tendenciosamente inflados. Já o viés de preenchimento refere-se ao viés introduzido pela inclusão de dados de desempenho anteriores para as empresas recentemente adicionadas a um índice de referência. Dado que as empresas recém adicionadas a um índice devem ser aquelas que sobreviveram e apresentaram desempenho melhor do que a média, incluir retornos de anos anteriores destas empresas recém adicionadas (sem incluir os retornos anteriores e atuais para os fundos que não foram adicionadas ao índice) tende a viesar o retorno do índice para cima.


OBS: Analisaremos de forma mais detalhada as cinco categorias de investimentos alternativos em outros artigos.

*  São valores mobiliários, quando ofertados publicamente, quaisquer títulos ou contratos de investimento coletivo que gerem direito de participação, de parceria ou remuneração, inclusive resultante da prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros. Exemplos de valores mobiliários: ações; debêntures; bônus, cupons, direitos e recibos de subscrição; contratos futuros, de opções e outros derivativos; commercial papers (notas promissórias), cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Retorno das principais ações dos índices: IFNC, IEE, IMAT, INDX, UTIL, IMOB, IDIV e SMLL em 2015

Rentabilidade de todas as ações do Índice Financeiro (IFNC) e do Índice de Energia Elétrica (IEE)

Rentabilidade de todas as ações do Índice de Materiais Básicos (IMAT) e das 10 principais das 47 ações do Índice do Setor Industrial (INDX)

Rentabilidade de todas as ações do Índice Utilidade Pública (UTIL) e do Índice Imobiliário (IMOB)

Rentabilidade das 10 principais das 31 ações do Índice de Dividendos (IDIV) e das 10 principais das 65 ações do Índice Small Caps (SMLL)


OBS: O autor do blog não se responsabiliza por nenhuma operação que for ou vier a ser realizada por qualquer leitor baseados nas informações aqui fornecidas, cabendo a eles, exclusivamente, a decisão de adquirir ou alienar valores mobiliários e o eventual ônus ou retorno financeiro decorrente de tal decisão. Qualquer decisão de compra ou venda de títulos e valores mobiliários deverá ser baseada em informações públicas existentes sobre os referidos títulos. Atenção ao investir em renda variável. O investidor deve estar ciente de que rentabilidade passada não significa certeza de rentabilidade futura.