quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Rentabilidade das principais ações da BM&FBOVESPA em 2015 e breve análise das cinco melhores e das cinco piores ações do IBOVESPA no período

O Índice Bovespa (IBOVESPA) caiu 13,31% em 2015. Abaixo estão demonstradas a rentabilidade de cada uma das ações que compõem o IBOVESPA.



Os cinco melhores retornos do Índice BOVESPA foram: Fibria (FIBR3), alta de 71,44%, Suzano Papel e Celulose (SUZB5), retorno de 68,77%, Klabin (KLBN11), alta de 64,05%, Braskem (BRKM5), +57,71%, e Raia Drogasil (RADL3), alta de 42,23%. Das cinco ações que apresentaram melhor desempenho em 2015, três são do setor de papel e celulose, são exportadoras e beneficiaram-se com a alta do dólar e com o aumento do preço médio em dólares da celulose em torno de 3%. Os cinco piores resultados do Índice BOVESPA foram: Bradespar (BRAP4), com queda de 61,38%, Rumo Log (RUMO3), retração de 64,37%, Usiminas (USIM5), retorno negativo de 69,14%, Oi S/A (OIBR4), queda de 73,77% e Metalúrgica Gerdau (GOAU4), queda de 85,08%, afetados basicamente pela depreciação do Real e pelo alto endividamento, em especial em moeda estrangeira. Ressalta-se que a PDG Realty (PDGR3), do setor imobiliário, apresentou retorno ainda pior que a ação GOAU4, com queda de 95,82%, em 2015, mas a PDGR3 não faz parte do Índice BOVESPA.

Um pouco sobre quem são as empresas que tiveram os melhores e piores desempenhos do IBOVESPA em 2015.

FIBR3 (+71,44%)

A Fibria Celulose S.A. é resultado da incorporação da Aracruz Celulose pela Votorantim Celulose e Papel, em 2009, e é uma das líderes mundiais em celulose de mercado. A Fibria tem como atividade preponderante o plantio de florestas renováveis e sustentáveis e a industrialização e o comércio de celulose branqueada de eucalipto. A Fibria opera em um único segmento operacional relacionado à industrialização e o comércio de celulose de fibra curta. A produção de celulose branqueada é realizada apenas a partir de árvores de eucalipto resultando em uma variedade de madeira dura de alta qualidade, com fibras curtas, geralmente melhor adequadas à fabricação de papel sanitário, papel revestido e não revestido para impressão e escrita. São utilizadas energias térmica e elétrica no processo produtivo, que são substancialmente provenientes de geração própria e inclui licor negro, biomassa derivada de descasque de madeira, lascas e resíduos. Os principais insumos e matérias primas utilizados pela Fibria em seu processo produtivo são: madeira, energia, produtos químicos e água. A Fibria exporta aproximadamente 90% de sua produção. De acordo com o Release Resultados 4T15, o preço médio líquido da Fibria em dólar subiu 7%. Adicionalmente, a valorização do dólar médio frente ao real contribuiu para o excelente desempenho da FIBR3 em 2015, que viu sua receita líquida subir 42% em reais (R$ 10,081 bilhões em 2015 e R$ 7,084 bilhões em 2014), mesmo com a queda de 4% do volume vendido. Em 31 de dezembro de 2015, a estrutura de capital da empresa era de 56,5% de capital de terceiros e 43,5% de capital próprio. A dívida bruta encerrou 2015 em R$ 12,744 bilhões, correspondente a US$ 3,264 bilhões, que representa um aumento de 4% em dólar quando comparado ao saldo de 2014, como resultado das captações ocorridas no período para a execução do Projeto Horizonte 2 (expansão da unidade de Três Lagoas (MS)). De fato negativo, ressalta-se que 90% da dívida bruta da Fibria é em moeda estrangeira e, neste sentido, o resultado financeiro líquido negativo em 2015 foi 125% pior que em 2014, saindo de R$ 1,635 bilhão em 2014 para R$ 3,685 bilhões em 2015, resultado da variação cambial líquida negativa de R$ 2,507 bilhões em 2015 (R$ 722 milhões em 2014), juros e outras despesas financeiras de R$ 570 milhões em 2015 (R$ 1,041 bilhão em 2014), instrumentos financeiros derivativos R$ 830 milhões (ante R$ 6 milhões em 2014), reduzidos por receitas financeiras de R$ 222 milhões em 2015 (R$ 134 milhões em 2014). Como resultado, a Companhia apurou um lucro líquido de R$ 357 milhões em 2015, aumento de 119% comparativamente ao ano de 2014 (R$ 163 milhões).

SUZB5 (+68,77%)

A Suzano Papel e Celulose S.A. atua na manufatura e comercialização, no Brasil e no exterior, de papel e de celulose de fibra curta de eucalipto, assim como também na formação e exploração de florestas de eucalipto. Sua linha de produtos de papel inclui papel e papelão revestido, não-revestido e cortado, vendido a 86 países. A Suzano exporta aproximadamente 86% de sua produção. Segundo o Release Resultados 3T15, o preço líquido médio em dólar da celulose subiu 3,4% no terceiro trimestre de 2015 (3T15) em comparação ao segundo trimestre de 2015 (2T15) e 11,9% em 12 meses (3T15 em comparação ao 3T14). Já o preço líquido médio em Reais aumentou 19,4% no trimestre (3T15 / 2T15) e 74,5% em doze meses (3T15 / 3T14). Em doze meses as exportações aumentaram em 26,2% em volume e a receita líquida aumentou 84,3% em Reais. O mercado interno também apresentou variação positiva, tendo aumentado 3,3% em volume e a receita líquida em Reais aumentou 80,3%. Desta forma, a receita líquida total aumentou 50,8%. A evolução da receita líquida de celulose é explicada pelo aumento do preço lista em dólares, combinado com a desvalorização do Real e pelo maior volume de vendas. Em 30 de setembro de 2015, a estrutura de capital da empresa era de 68,5% de capital de terceiros e 31,5% de capital próprio. De fato negativo, ressalta-se que 66% da dívida bruta da Suzano era em moeda estrangeira e, neste sentido, o resultado financeiro líquido negativo em 2015 foi 401% pior que em 2014 (nos primeiros nove meses de cada ano, 9M15 e 9M14), saindo de despesas financeiras líquidas no montante de R$ 857 milhões em 2014 para R$ 4,293 bilhões em 2015, basicamente resultado da variação cambial no período. Tal fato implicou em prejuízo de R$ 1,266 bilhão em 2015 (9M15) em comparação ao prejuízo de R$ 64 milhões em 2014 (9M14).

KLBN11 (+64,05%)

A Klabin S.A. atua principalmente na produção, exportação e reciclagem de papel. A empresa é estruturada em três unidades de negócio: silvicultura, responsável pela venda e suprimento de sementes de pinheiro e de eucalipto, como também toras de florestas plantadas; papel, que atua na produção e fornecimento de papelão revestido, papel de embalagem, papel reciclado e papel kraft; e conversão, envolvida na fabricação e suprimento de papel ondulado, caixas de papelão ondulado, sacos industriais e outras caixas e embalagens. De acordo com o Release Relatório Trimestral - 3T15, a receita líquida, incluindo madeira, atingiu R$ 1,446 bilhões no 3T15, com crescimento 13% em relação ao 3T14, influenciada especialmente pela depreciação do real em relação ao dólar na comparação entre os períodos, que elevou as receitas na parcela destinada ao mercado externo. A receita líquida proveniente das vendas ao mercado externo cresceu 53% na comparação com o 3T14 e representou 33% do total, total, contra 24% observado no mesmo trimestre do ano anterior. Em 30 de setembro de 2015, a estrutura de capital da empresa era de 80,2% de capital de terceiros e 19,8% de capital próprio. O endividamento bruto em 30 de setembro de 2015 era de R$ 17,524 bilhões, aumento de R$ 4,140 bilhões se comparado ao final do 2T15, devido principalmente ao grande impacto da variação cambial sobre a parcela da dívida em moeda estrangeira, que por si só foi responsável por R$ 2,6 bilhões deste aumento, além das novas captações de recursos para fazer frente aos desembolsos do Projeto Puma (nova fábrica de celulose). Da dívida total, R$ 11,793 bilhões, ou 67% (US$ 2.968 milhões) são denominados em dólar, substancialmente pré-pagamentos de exportação. O resultado financeiro líquido negativo em 2015 foi de R$ 3,673 bilhões ante R$ 195 milhões em 2014 (nos primeiros nove meses de cada ano, 9M15 e 9M14), basicamente resultado da variação cambial no período. Tal fato impactou o resultado e implicou em prejuízo de R$ 1.774 bilhão em 2015 (9M15) contra lucro de R$ 858 milhões em 2014 (9M14).

BRKM5 (+57,71%)

A Braskem S.A. tem como objeto social a importação e exportação de produtos químicos, petroquímicos, combustíveis, a produção, distribuição e comercialização de utilidades tais como, vapor, água, ar comprimido, gases industriais, assim como a prestação de serviços industriais, a produção, distribuição e comercialização de energia elétrica para seu consumo próprio e de outras empresas, além da participação em outras sociedades como sócia ou acionista. A Braskem é uma fabricante de resinas termoplásticas no mundo todo e, no Brasil, de etileno, polietileno e polipropileno. A Braskem produz um portfólio diversificado de produtos petroquímicos e termoplásticos e foca em polyvinyl chlorid, o PVC. As operações de negócio consistem de quatro unidades de negócio de produção e de uma unidade de negócios de distribuição. As unidades de negócio incluem a Basic Petrocheffmicals, Polyolefins, Quattor, Vinyls, Braskem America e Chemical Distribution. De acordo com o Release Resultados do 3T15, a receita líquida consolidada da Braskem foi de US$ 3,7 bilhões, queda de 2% em relação ao 2T15. Em reais, a receita alcançou R$ 13,2 bilhões, alta de 14%, principalmente impactada pela depreciação média do real de 15% entre os períodos. Excluindo da análise a revenda de nafta/condensado, a receita do trimestre apresentou queda de 3% em dólares e alta de 12% em reais. Na comparação com o 3T14, a receita líquida consolidada em dólares foi 28% inferior, refletindo o menor patamar dos preços de petroquímicos no mercado internacional em função do novo cenário de preços de petróleo e nafta, a principal matéria-prima utilizada pelo setor. Quando medida em reais, apresentou alta de 12%. A depreciação média do real de 56% entre os períodos compensou o menor patamar de preços internacionais. A receita com o mercado externo, excluindo a revenda de nafta/condensado, totalizou US$ 1,6 bilhão no 3T15, crescimento de 2% na comparação com o trimestre anterior, decorrente principalmente do aumento de 22% no volume de exportações de resinas e de 35% nos principais petroquímicos básicos. Na comparação com o mesmo período de 2014, houve uma queda de 20%, em função do menor patamar de preços de resinas e petroquímicos básicos no mercado internacional, acima explicado. A Braskem exporta aproximadamente 40% de sua produção. A estrutura de capital da empresa era de 97,3% de capital de terceiros e 2,7% de capital próprio, em 30 de setembro de 2015. A Braskem registrou lucro líquido de R$ 1,482 bilhão no 3T15 e R$ 2,740 bilhões no acumulado do ano (9M15), em 2014 o lucro líquido foi de R$ 230 milhões (3T14) e R$ 750 milhões (9M14). Em ambos os casos, o resultado foi positivamente influenciado pelo bom desempenho operacional e pela adoção da contabilidade de hedge, que melhor traduz os efeitos da variação cambial dos passivos em dólar no resultado da Companhia. Caso a contabilidade de hedge não tivesse sido adotada, a Companhia teria registrado prejuízo de R$ 3,294 bilhões em função da depreciação do real em 28% na comparação com o trimestre anterior. No acumulado do ano, este prejuízo teria sido de R$ 4,422 bilhões em função da depreciação do real em 50% no período.

RADL3 (+42,23%)

A Raia Drogasil S.A. tem como atividade básica o comércio varejista de medicamentos, perfumarias, produtos de higiene pessoal e beleza, cosméticos e dermocosméticos, através de uma rede de farmácias com 1.177 lojas em operação (em setembro de 2015), criada a partir da fusão da Droga Raia com a Drogasil, em agosto de 2011. De acordo com o Release Divulgação de Resultados 3T15, a Raia Drogasil atingiu uma participação nacional comparável de mercado média de 10,0% (3T15), um incremento de 0,8 ponto percentual sobre o 3T14. O principal destaque foi São Paulo, onde atingiu uma participação de 22,3% com ganho de participação de 1,8 ponto percentual, alavancado pelo crescimento orgânico e pela recuperação progressiva de uma das marcas. A receita bruta da Raia Drogasil foi de R$ 2,388 bilhões no terceiro trimestre de 2015, um incremento de 20,0% em relação ao 3T14. No mesmo período, o mercado farmacêutico brasileiro cresceu 14,8% (8,2% em unidades), segundo o IMS Health. Perfumaria foi o destaque do trimestre, registrando um crescimento de 22,1%, um incremento de 0,5 ponto percentual no mix de vendas sobre o 3T14. Tanto OTC (Over the Counter – produtos relacionados à saúde e bem-estar que não precisam de prescrição médica para ser vendido) quanto medicamentos de marca cresceram 19,7%, reduzindo suas participações em 0,1 ponto percentual, enquanto os medicamentos genéricos cresceram 16,9%, reduzindo a sua participação em 0,3 ponto percentual. Ressalta-se o clima anormalmente quente no trimestre de 2015, que impulsionou a venda de perfumaria às custas das demais categorias, em especial de OTC e de Genéricos, que tem em antibióticos uma das suas principais classes terapêuticas. A margem bruta foi de 28,9% (3T15), um incremento de 1,0 ponto percentual quando comparado ao 3T14. Os principais vetores de crescimento da margem bruta foram as melhorias estruturais nas condições comerciais, as compras de oportunidade, os ajustes táticos de preços e também a redução nas perdas de inventário, que contribuíram para um incremento de aproximadamente 0,7 ponto percentual na margem bruta. Adicionalmente, o Ajuste a Valor Presente incrementou a margem bruta em 0,3 ponto percentual, refletindo os aumentos nas taxas de juros e nos dias de fornecedores quando comparados ao ano anterior. Em 30 de setembro de 2015, a estrutura de capital da empresa era de 40,9% de capital de terceiros e 59,1% de capital próprio. O endividamento bruto totalizou R$ 255 milhões, composto integramente por linhas de crédito do BNDES. Do endividamento total, 63,0% é de longo prazo e 37,0% refere-se às parcelas de curto prazo desta dívida de longo prazo. As despesas financeiras líquidas vêm mantendo a média de 0,6% da receita líquida desde o 4T14. Após o custo dos produtos vendidos (com média entre 69% e 71% da receita líquida), as despesas com vendas representam o maior grupo de despesas com médias que variaram de 18,2% a 18,8% da receita líquida entre o 3T14 e o 3T15. O lucro líquido ajustado totalizou R$ 95,0 milhões (3T15), um incremento de 18,0% quando comparado ao mesmo período do ano anterior (3T14). A margem líquida ajustada foi de 4,0% no terceiro trimestre de 2015, em linha com o ano anterior. O lucro líquido nos nove primeiros meses de 2015 foi de R$ 263 milhões (9M15), ante R$ 159 milhões em 2014 (9M14), um aumento de 65%.

BRAP4 (-61,38%)

A Bradespar S.A. tem por objeto social a participação como sócia ou acionista em outras sociedades. Como Companhia de investimentos, a Bradespar tem sua receita operacional originada do resultado de equivalência patrimonial, dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos da Valepar/VALE, juros das ações resgatáveis recebidos da Valepar e dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos da CPFL Energia. Segundo o Release Informe aos Investidores 3T15, a Bradespar, no 3º trimestre de 2015, registrou receita operacional negativa de R$ 242,7 milhões, composta por R$ 248,7 milhões de equivalência patrimonial negativa da Valepar/VALE e R$ 6,0 milhões de juros das ações resgatáveis recebidos da Valepar. No acumulado dos primeiros nove meses de 2015, registrou receita operacional negativa de R$ 504,9 milhões, em função do resultado de R$ 529,5 milhões de equivalência patrimonial negativa advindo da Valepar/VALE e R$ 24,6 milhões de juros das ações resgatáveis recebidos da Valepar. Destaca-se que o resultado de equivalência patrimonial advindo da Valepar/VALE, no 3º trimestre de 2015, foi afetado, principalmente, pela depreciação do Real frente ao dólar americano. Ressalte-se que a VALE anunciou um trimestre de excelente desempenho operacional, com a produção de minério de ferro alcançando 88,2 milhões de toneladas, a maior produção trimestral da sua história, empreendeu esforços no corte de custos, disciplina na alocação de capital e foco no core business, resultando em maiores volumes de vendas, reforçando assim suas bases de geração de valor e seu compromisso com a busca de melhores resultados para seus acionistas. Entretanto, com o ambiente desafiador atual, o que inclui a redução dos preços das commodities e depreciação do Real, os resultados foram negativos. Em 30 de setembro de 2015, a estrutura de capital da empresa era de 14,6% de capital de terceiros e 85,4% de capital próprio.

RUMO3 (-64,37%)

A Rumo Operadora Logística Multimodal S.A. é resultado da fusão entre a Rumo e a ALL (antiga América Latina Logística), concluída em 2015. É atualmente a maior operadora logística com base ferroviária independente da América Latina, oferecendo uma ampla gama de serviços de logística com operações de transporte intermodal door-to-door domésticas e internacionais, carregamento e entrega local, terminal portuário e serviços de armazenagem, incluindo inventário e gestão de centros de distribuição. A principal área de atuação se estende sobre os Estados de Mato Grosso e São Paulo e os estados da região sul do Brasil. A rede ferroviária abrange uma área responsável por aproximadamente 80% do PIB do Brasil, onde quatro dos portos mais ativos no país estão localizados e através do qual a maior parte da produção de grãos do Brasil é exportada. Contudo, segundo as Demonstrações Financeiras Intermediárias de 30 de setembro de 2015, a RUMO apresentou um capital circulante líquido consolidado negativo de R$ 1,735 bilhão. Em compensação, apresentou uma geração líquida de caixa operacional consolidada de R$ 1,099 bilhão e efetuou investimentos em modernização de sua frota e melhoria da malha ferroviária no montante de R$ 890 milhões, em linha com o seu plano de negócios. Adicionalmente, de acordo com o Release Relatório de Resultados 3T15, a RUMO apresentou prejuízo de R$ 43,7 milhões no terceiro trimestre de 2015 e alavancagem de 4,85x dívida liquida/EBITDA LTM. O resultado líquido foi afetado por (i) maiores custos e despesas operacionais pela adoção das novas políticas contábeis e (ii) maiores despesas financeiras pela elevação dos saldo médio e custos de endividamento em linha com as elevações das taxas médias de juros (CDI e TJLP) entre os períodos. Entretanto, apesar dos números, a Administração da Companhia entende que o uso do pressuposto da continuidade operacional é adequado. Em 30 de setembro de 2015, a estrutura de capital da empresa era de 81,4% de capital de terceiros e 18,6% de capital próprio.

USIM5 (-69,14%)

A Usiminas (Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A.) tem como principal objeto a exploração da indústria siderúrgica e outras atividades correlatas, como extração de minério de ferro, transformação do aço, fabricação de bens de capital e logística. Conta atualmente com duas usinas siderúrgicas com capacidade nominal de produção de 9,5 milhões de toneladas por ano, localizadas nas cidades de Ipatinga, Estado de Minas Gerais e Cubatão, Estado de São Paulo, além de reservas de minério de ferro, centros de serviços e distribuição, portos marítimos e terminais de cargas, estrategicamente localizados em diversas cidades brasileiras. Fornece seus produtos para os segmentos da construção civil e de eletrônicos, assim como também para os segmentos de construção naval, tubos, eletrodomésticos, embalagens, máquinas e equipamentos, automóveis e peças para automóveis. Produz chapas grossas, tiras a frio, tiras a quente, revestidos e outros produtos relacionados. A empresa exporta seus produtos para a China, Colômbia, Chile, Tailândia, Estados Unidos e Argentina. Segundo o Release Divulgação de Resultados do 3T15, nos primeiros 9 meses de 2015 o volume de vendas de aço caiu 14% e o de minério teve queda de 30%, o que fez com que a receita líquida do período caísse 15% e o lucro bruto apresentou queda de 76% (em comparação ao mesmo período de 2014). Já o lucro líquido saiu de um resultado positivo de R$ 326 milhões nos três primeiros trimestre de 2014 (9M14) para um prejuízo de R$ 2,058 bilhões nos três primeiros trimestre de 2015 (9M15). Até setembro de 2015 as exportações representaram 21% da receita líquida (14% no mesmo período de 2014). No 3T15, a receita líquida foi de R$ 2,4 bilhões, 9,4% inferior à do 2T15, que foi de R$ 2,7 bilhões, principalmente devido à queda de 11,6% no volume de vendas de aço no mercado interno, que representa produtos de maior valor agregado que na exportação, e à queda de 35,8% no volume de vendas de minério de ferro. Em 30 de setembro de 2015, a estrutura de capital da empresa era de 43,9% de capital de terceiros e 56,1% de capital próprio. Adicionalmente, a parcela da dívida em moeda estrangeira representava 49% da dívida total no 3T15 e a Usiminas apresentou resultado financeiro negativo de R$ 1,222 bilhão (9M15), dos quais R$ 913 milhões foram decorrentes de perdas cambiais, em virtude da depreciação do Real no período.

OIBR3 (-73,77%)

A Oi S/A tem como objeto social a exploração de serviços de telecomunicações e atividades necessárias, ou úteis à execução desses serviços, na conformidade das concessões, autorizações e permissões que lhe forem outorgadas. É uma concessionária responsável pelo Serviço Telefônico Fixo Comutado ("STFC") nas Regiões I e II do Plano Geral de Outorgas ("PGO"), que abrange todos os estados da federação exceto São Paulo, além do Distrito Federal. Os contratos de concessão têm vigência até 31 de dezembro de 2025. Além disso, a Oi possui autorização da ANATEL para a prestação de serviços de Telefonia Móvel ("SMP") em todo o país. Completam ainda o portfólio da companhia os serviços de rede de transporte e Backbone internacional, transmissão de dados e TV por assinatura. Em 2009 assumiu o controle da Brasil Telecom. Após a operação, a Brasil Telecom e outras empresas do grupo ainda negociavam papéis distintos na BM&FBovespa, que a partir de 2012 foram consolidados em apenas duas ações (OIBR3 e OIBR4). A receita líquida nos nove primeiros meses de 2015 caiu 2,7% em relação ao mesmo período do ano anterior (R$ 20,6 bilhões 9M15, ante R$ 21,2 bilhões 9M14), em decorrência, basicamente, da redução na receita de aparelhos em função da terceirização da operação de handsets e pela menor receita de uso de rede com o corte de 33,3% nas tarifas reguladas de interconexão do serviço móvel (VU-M) em fevereiro de 2015. A estrutura de capital da empresa era de 80,4% de capital de terceiros e 19,6% de capital próprio, em 30 de setembro de 2015. 76% dos empréstimos e financiamentos da empresa era em moeda estrangeira (42,2% em Euro, 35,3% em dólar americano e 22,5% em Reais), em 30 de setembro de 2015. O resultado financeiro líquido negativo aumentou 38% em relação a 2014 (R$ 4,5 bilhões 9M15, ante R$ 3,2 bilhões 9M14), devido ao aumento da dívida bruta (a Oi realizou captações de recursos no exterior em 2015) – em consequência, maior pagamento de juros – e devido a variação cambial do período. Neste sentido, a Oi saiu de um lucro líquido de R$ 95 milhões nos 9M14 para um prejuízo de R$ 1,883 bilhão nos 9M15.

GOAU4 (-85,08%)

A Metalúrgica Gerdau S.A. é uma empresa holding que controla direta ou indiretamente todas as empresas Gerdau no Brasil e no exterior, com sede em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul. É líder no segmento de aços longos nas Américas e uma das principais fornecedoras de aços especiais do mundo. No Brasil, também produz aços planos e minério de ferro, atividades que estão ampliando: o mix de produtos oferecidos ao mercado e a competitividade das operações. A Gerdau possui operações industriais em 14 países – nas Américas, na Europa e na Ásia –, as quais somam uma capacidade instalada superior a 26 milhões de toneladas de aço por ano. Além disso, é a maior recicladora da América Latina e, no mundo, transforma, anualmente, milhões de toneladas de sucata em aço. A estrutura de capital da empresa era de 56,1% de capital de terceiros e 43,9% de capital próprio, em 30 de setembro de 2015. Nos nove primeiros meses de 2015 a Metalúrgica Gerdau vendeu 2,9% a menos de aço bruto (em comparação ao mesmo período do ano anterior (9M15 / 9M14)) e reduziu a produziu de aço bruto em 5,3%, devido à readequação dos níveis de estoques. Já receita líquida em Reais aumentou 4,5% pelo efeito da variação cambial (de R$ 31,7 bilhões, 9M14, para R$ 33,1 bilhões, 9M15). Em 30 de setembro de 2015, 11,6% da dívida bruta era de curto prazo e 88,4% de longo prazo. A dívida bruta era composta por 20,5% em reais, 74,1% em dólar norte-americano e 5,4% em outras moedas. O aumento da dívida bruta em R$ 8,5 bilhões de dezembro de 2014 para setembro de 2015 (R$ 21,5 bilhões, 4T14, R$ 30 bilhões, 3T15) deve-se, principalmente, ao efeito da variação cambial do período. O resultado líquido da Metalúrgica Gerdau saiu de lucro líquido de R$ 983 milhões em 2014 (9M14) para um prejuízo líquido de R$ 1,788 bilhão em 2015 (9M15).


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