terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Petrobras: mais quedas à vista? Será que o encontro da PETR4 com o dólar americano será no patamar de R$4,00?

Observa-se que a ação da Petrobras PETR4 é extremamente volátil, especialmente nos últimos dois anos. Do vale observado em 17 de março de 2014, a R$ 11,84, ao pico em 02 de setembro de 2014, quando alcançou R$ 24,90, a variação positiva foi de 110,3% em menos de 6 meses, ou mais especificamente em 168 dias. Após esta forte alta, que teve como principal causa uma provável mudança política em decorrência do crescimento nas pesquisas dos candidatos opositores a atual e então presidente da república, uma nova forte queda aconteceu logo após a retomada do crescimento nas pesquisas da presidente da república e continuou expressivamente até atingir o até então fundo do poço em 05 de janeiro de 2015 (R$ 8,04), uma queda de 67,7% em apenas 124 dias, ou seja, aproximadamente quatro meses. Após este aparente fundo do fundo do poço, as ações ainda evoluíram para R$ 14,95, no dia 04 de maio de 2015, alta de 85,9% no período (118 dias, aproximadamente quatro meses), basicamente devido a esperança que uma nova direção de política econômica estaria a caminho com o início de medidas (na realidade propostas de medidas, em geral) sugeridas pelo então Ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Após os primeiros quatro meses do ano de 2015, o mercado vislumbrou que as medidas econômicas necessárias para recondução a uma política econômica mais ortodoxa não estavam efetivamente em processo, em decorrência de fatores políticos e ideológicos. Desta forma, desde então a tendência de queda é evidente e tem predominado, atingindo a menor cotação desde junho de 2003 nesta segunda-feira, 18 de janeiro de 2016, R$ 4,80, uma queda de 67,9%, em 181 dias (aproximadamente 6 meses).


No artigo “Caos no mercado financeiro nesta segunda-feira! Veremos a Petrobras recuar ainda mais e ficar abaixo de R$ 8,00?”, de 24 de agosto de 2015, verificou-se que a cotação máxima da PETR4 foi de R$ 41,17, em maio de 2008, e apresentou um forte suporte a R$ 12,85, em novembro de 2008, uma queda de 68,8% (em decorrência da crise do subprime americano ou mesmo  mais intuitivamente crise financeira global). Projetando o mesmo percentual de queda para o antigo suporte de R$ 12,85 (que passou a ser resistência), verificou-se que a cotação da PETR4 poderia chegar a R$ 4,01, sim, apenas quatro reais, o que é extremamente pertinente – muito mais agora – mas deixaríamos este valor apenas como referência, visto que ainda existia um longo caminho para atingir este fundo, se é que realmente chegará a este patamar em um futuro próximo. No artigo em questão, foram projetados os objetivos R$ 7,94, R$ 6,42 e R$ 4,91, utilizando Fibonacci. Em 24 de agosto de 2015 a PETR4 rompeu o primeiro suporte (R$ 7,94) e fechou a R$ 7,76, tendo atingido a mínima de R$ 7,53. No dia 28 de setembro de 2015 as ações da Petrobras (PETR4) caíram 5,57% e fecharam a R$ 6,44, bem próximo do nível de suporte considerado de R$ 6,42. Então, no artigo “Ações da Petrobras caem 5,57% e fecham a R$ 6,44. Qual será o fundo do poço?”, de 29 de setembro de 2015, foi indicado que a tendência para os próximos pregões era que o nível de suporte de R$ 6,42 fosse rompido e, neste caso, os novos objetivos (suportes) de curto prazo seriam: R$ 6,37 (mínima de setembro de 2003), R$ 6,24 (mínima de agosto de 2003) e R$ 6,07 (máxima de junho de 2003). E o prognóstico das análises foi concretizado na quinta-feira, 07 de janeiro de 2016, com mínima de R$ 6,08 e preço de fechamento R$ 6,26 (praticamente iguais aos alvos indicados). No artigo “Petrobras: qual será o fundo do poço? Mais um prognóstico correto!”, de 08 de janeiro de 2016, foi analisado que a tendência de médio prazo ainda aparentava ser de baixa e que caso os próximos movimentos fossem efetivamente de baixa os objetivos seriam R$ 5,65, R$ 5,13 e R$ 4,91. Pois bem, o primeiro suporte (R$ 5,65) foi rompido em na terça-feira, 12 de janeiro de 2016, tendo atingido R$ 5,51 na mínima do dia. Na mesma semana, no dia 14 de janeiro de 2016, o suporte de R$ 5,13 foi atingido, sendo a mínima do dia. E para completar, o suporte de R$ 4,91 foi rompido segunda-feira, 19 de janeiro de 2016, e atingiu a mínima de R$ 4,80 e fechou no mesmo valor. Tal patamar não era observado desde junho de 2003.

Após estas considerações, voltamos no tempo e observamos o gráfico mensal da PETR4 entre 1999 e 2004, que refletem melhor os preços para definição dos suportes e resistências atuais. Neste sentido, a tendência é que nos próximos pregões os próximos alvos (suportes) serão: R$ 4,60 (máxima de dezembro de 2000, fechamento de agosto de 2002 e abertura de dezembro de 2001 e de setembro de 2002), R$ 4,46 (máxima de fevereiro de 2000, mínima de novembro de 2000, abertura de abril de 2001 e fechamento de março de 2000 e de fevereiro de 2003), R$ 4,35 (fechamento de dezembro de 1999 e de fevereiro de 2000, abertura de março de 2000 e mínima de março de 2003), R$ 4,22 (mínima de outubro de 2000 e de abril de 2001) e R$ 4,01 (abertura de junho de 2000).


O início do ano para as ações da Petrobras tem sido realmente muito ruim, com queda de aproximadamente 28% só nos primeiros 18 dias de 2016, em linha – mas com intensidade ainda maior – com a queda do preço do Petróleo no mercado internacional (o Brent caiu aproximadamente 23% e o WTI queda de 19%). Tal fato deve-se a perspectiva negativa quanto ao desempenho da economia chinesa, a apreciação do dólar, além de tesões geopolíticas tanto no Oriente Médio (basicamente pela forte tensão entre Irã e Arábia Saudita) como também pelos testes nucleares efetuados pela Coreia do Norte. Neste sentido, as cotações do barril do Petróleo – tanto o WTI na NYMEX quanto o Brent na ICE – estão em torno de US$ 30 por barril, menor nível desde o final de 2003.

De acordo com um relatório do Morgan Stanley, dada a contínua apreciação do dólar norte-americano, a perspectiva para os preços do petróleo é algo em torno de US$ 20 a US$ 25 por barril. Adicionalmente, as condições econômicas globais estão se deteriorando com a redução do ritmo de crescimento da China, além do fraco desempenho das economias da América Latina, puxado pela retração significativa do Brasil e da Venezuela. O impacto negativo vindo praticamente de todos os lados – especialmente por parte dos emergentes, fará com que a economia global cresça em um ritmo mais lento. Diante disto e aliados a novas fontes alternativas de energia, a intenção da Arábia Saudita em não mudar sua atual política de produção de Petróleo, estando também disposta a atender qualquer demanda adicional de seus clientes, combinada com a volta do Irã ao mercado após a retirada das sansões econômicas (basicamente devido a teórica ausência de programas nucleares no Irã) – traz uma perspectiva de baixa significativa para os preços do Petróleo. Consequentemente, os impactos nas ações da Petrobras continuarão sendo sentidos e é possível sim que o preço de uma ação da Petrobras (PETR4) chegue ao mesmo patamar do dólar, mas a algo em torno de R$ 4,00 e não R$ 5,00 como muitos brincavam e outros imaginavam. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos!


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