segunda-feira, 30 de julho de 2012

Curiosidade: A briga entre Touros e Ursos (Bull x Bear)

O mercado financeiro é realmente fascinante. E uma das histórias fascinantes deste mercado é a briga entre “Touros” e “Ursos”. O exército dos touros é tido como o grupo de compradores que fazem com que os preços dos ativos subam (Bull Market). Já o exército dos ursos é tido como o grupo de vendedores que fazem com os preços dos ativos caiam (Bear Market). O fato é que não é o número de “soldados” [a quantidade de touros (compradores) ou a quantidade de ursos (vendedores)] que define qual será o resultado da batalha e sim o tamanho do arsenal que cada exécito possui, em outras palavras, é o volume de compras ou de vendas que determina se o preço de um determinado ativo no mercado financeiro vai subir ou cair. Tal fato é fantástico e representa a mais clara comprovação de uma das teorias da economia: oferta x procura.
  

Mas vamos a curiosidade. Diz uma das teorias sobre a briga entre touros e ursos (Bulls x Bears) que remonta ao século XIX. Imigrantes espanhóis tinham o costume de organizar brigas entre ursos e touros, no sul-sudoeste dos Estados Unidos, região inicialmente colonizada pelos espanhóis, mais especificamente entre os estados da Califórnia, Arizona e Novo México. Diz-se ainda que as pessoas se reuniam aos domingos para verem as brigas e apostarem. Mas o que tem a ver a briga de touros e ursos com o mercado financeiro e a economia em geral?

O fato está associado a maneira como os touros e ursos brigam. O touro usa seus chifres para atacar de baixo pra cima, atirando seu oponente para cima. Já os ursos brigam dando patadas de cima para baixo, lançando seu oponente para baixo. O interessante é que diz a lenda que geralmente os ursos ganhavam os duelos, visto que os organizadores “preparavam os ursos” para as brigas e eles acabavam ganhando mais vezes. O fato dos ursos ganharem mais vez até faz sentido como metáfora porque quando os mercados estão em baixa, os preços costumam cair muito mais rápido do que quando estão num mercado altista. Muitos dos grandes investidores do mercado financeiro global podem ser considerados como integrantes do exército dos ursos (Bearish), temos como grande exemplo George Soros, famoso pelas suas atividades enquanto especulador, nomeadamente em matéria de taxas de câmbio, chegando a ganhar US$ 1 bilhão em um único dia apostando contra o banco da Inglaterra, que teve de desvalorizar a libra esterlina em 1992. Por tal fato, Soros é conhecido como o “Homem que quebrou o Banco da Inglaterra”, no evento que ficou conhecido como “Black Wednesday” e, de maneira simplista, a Inglaterra acabou não adotando o Euro.
 

Devido ao touro (Bull) representar a alta, o aumento dos preços, o Bull é tido como símbolo de pujança, otimismo e prosperidade e em plena Wall Street (centro financeiro dos Estados Unidos e do mundo) encontra-se uma estátua de bronze do Bull (Charging Bull).

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Comportamento do mercado e mais um provável efeito segunda-feira

O IBOVESPA encerrou esta sexta-feira, 27 de julho de 2012, em 56.553 pontos, alta de 4,72% em relação ao dia 26 de julho de 2012, alta de 4,35% nesta semana e alta de 4% no mês de julho de 2012. Isto indica que a alta neste mês refere-se basicamente a alta ocorrida nesta sexta-feira. 

Em decorrência das últimas duas altas seguidas do IBOVESPA esta semana (quinta-feira alta de 2,65% e sexta-feira alta de 4,72%) e devido a comprovação histórica e das últimas confirmações do efeito segunda-feira, conforme evidenciado neste blog (segunda-feira: dia 16 de julho queda de 1,7% e 23 de julho queda de 2,14%), a expectativa é que a segunda-feira, 30 de julho de 2012, mais uma vez comprove o efeito dia da semana ou mais especificamente efeito segunda-feira (tendência de baixa e maior volatilidade ocorridas em segundas-feiras).

Desta forma, o IBOVESPA ainda deve seguir entre o intervalo de 52.200 pontos (suporte) a 57.700 pontos (resistência) e aparentemente deve continuar nesta faixa, apesar da possibilidade de rompimento do suporte e início de tendência de queda, visto que durante a semana de 23 a 27 de julho de 2012 o suporte de 52.200 pontos quase foi testado (ocorreu uma mínima de 52.212 pontos no dia 23 de julho de 2012), o que indica a necessidade de atenção para os próximos movimentos.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Vale apresenta resultados abaixo do esperado e IBOVESPA fecha praticamente estável


A Vale fechou o segundo trimestre de 2012 com lucro líquido de R$ 5,3 bilhões, uma queda de 48% em relação ao mesmo período do ano passado, quando registrou lucro de R$ 10,3 bilhões. Em dólares o lucro alcançou US$ 2,7 bilhões, abaixo da expectativa do mercado que esperava US$ 3 bilhões de lucro para o período. A saída do (ex-) diretor financeiro da Vale na última segunda-feira, 23 de julho de 2012, já aparentava ser um indicador que os resultados viriam abaixo do previsto. Como já comentado, a cotação de uma ação é resultado das expectativas em relação aos números passados e das expectativas quanto ao futuro da empresa. Com a Vale não foi diferente. Apesar da divulgação dos resultados só ter ocorrido após o fechamento do pregão desta quarta-feira, 25 de julho de 2012, as ações preferencias da Vale (VALE5) caíram 0,09%, já a cotação das ações ordinárias (VALE3) registrou queda de 0,53%. Tais baixas colaboram para que o IBOVESPA fechasse nesta quarta-feira praticamente estável, com leve queda de 0,06%.

Com isso, o IBOVESPA ainda segue entre o intervalo de 52.200 (suporte) a 57.700 (resistência) pontos e aparentemente deve continuar nesta faixa, apesar da possibilidade de rompimento do suporte e início de tendência de queda, o que indica a necessidade de atenção especial para os próximos movimentos.

O inferno astral da Vale começou basicamente com a saída do ex-presidente da Companhia, Roger Agnelli, em abril de 2011, principalmente após o início do governo da presidente Dilma Rousseff, que pressionou para a saída do executivo por considerá-lo inábil politicamente e por ele refutar “sugestões oficiais”. Neste sentido, tal fato já vinha sendo muito questionado durante o governo Lula que queria porque queria que a Vale entrasse fortemente no segmento siderúrgico, o que Agnelli considerava que era algo similar a concorrer diretamente com os clientes (ou simplesmente querer acabar com os clientes), principalmente no Brasil – mineradora vende minério basicamente para siderúrgicas. Enquanto a Vale viu a cotação de suas ações caírem algo em torno de 20% após a saída de seu ex-presidente, Roger Agnelli anunciou a criação de uma nova mineradora, a B&A, que atuará no Brasil, América Latina e África. A empresa é fruto de associação entre Roger Agnelli e o BTG Pactual e deve investir R$ 1 bilhão no negócio.

Expectativa para esta quarta-feira!


Principais bolsas europeias abrem em alta (exceção de Londes): Alemanha DAX 0,11%; França CAC40 0,29%; Itália MIB 0,64%; Espanha IBEX35 2,01%. Já Londres e principais bolsas asiáticas abriram com queda: Londres FTSE100 -0,17%; Japão Nikkei -1,44%; China Shanghai -0,49%; Hong Kong Hang Seng -0,14%; India BSE -0,59%.

O IBOVESPA, que praticamente já tocou no suporte de 52.200 pontos, indica a necessidade de atenção para os próximos movimentos. Ou rompe o suporte e inicia uma tendência de queda mais evidente ou continua entre 52.200 e 57.700 pontos, hipótese esta que considero mais provável, mas que só será definida durante os próximos dias.

Após três quedas seguidas, acredito que o IBOVESPA deve reagir e a tendência é de recuperação (alta) para esta quarta-feira, 25 de julho de 2012. Após o tombo de ontem, Vale pode ditar novamente a tendência do IBOVESPA e puxar a alta.

O efeito das expectativas! Por que as ações do Itaú subiram mesmo com queda no lucro e as ações do Bradesco caíram mesmo com aumento do lucro?

 
Por diversas vezes observamos que uma empresa divulga informações com ótimos resultados, com números superiores aos dos períodos anteriores, mas a cotação das ações desta empresa – apesar das notícias positivas – acaba caindo. Por que este fato ocorre? É simples: porque o preço de uma ação é baseado em expectativas. Expectativas quanto aos resultados informados quando da divulgação das demonstrações financeiras de um determinado período e expectativas em relação ao futuro da empresa. Neste sentido, observemos o porquê da queda das ações do Bradesco e alta das ações do Itaú.
O Bradesco obteve um lucro líquido de R$ 2,83 bilhões no segundo trimestre de 2012, alta de 1,7% sobre o mesmo período de 2011. No entanto, a expectativa média de 11 analistas era que o lucro recorrente fosse de R$ 2,92 bilhões, ante os R$ 2,87 bilhões obtidos. Desta forma, como a expectativa do mercado foi frustrada, o que ocorreu foi uma forte queda de 4,78%, no dia 23 de julho de 2012, dia da divulgação das demonstrações financeiras referentes ao exercício findo em 30 de junho de 2012.

Já o Itaú apresentou um lucro líquido R$ 3,3 bilhões no segundo trimestre de 2012, queda de 8,2% ante o mesmo período de 2011. Em contrapartida, o lucro recorrente de R$ 3,6 bilhões ficou em linha com a expectativa do mercado. Adicionalmente, o Itaú sinalizou fortemente que está tomando medidas para reduzir sua exposição ao risco de inadimplência, com a associação com o Banco BGM S.A. – Créditos Consignados (atividade com menor retorno, porém com risco muito baixo quando comparado a outras modalidades de crédito) e com a expectativa/meta de decrescer sua carteira de financiamento de veículos de R$ 56,575 bilhões em 30 de junho de 2012 para algo entre R$ 50 bilhões e R$ 52 bilhões em 31 de dezembro de 2012, em virtude da considerada alta inadimplência da carteira de financiamento de veículos. Desta forma, como a expectativa do mercado em relação aos números divulgados esteve dentro do esperado e como uma série de medidas estão sendo tomadas para garantir resultados mais sólidos, as ações do Itaú tiveram a expressiva alta de 3,39%, nesta terça-feira, 24 de julho de 2012, dia da divulgação das demonstrações financeiras referentes ao exercício findo em 30 de junho de 2012. O Itaú não só esteve em linha com as expectativas do mercado como também sinalizou que está adotando medidas importantes para solidez de suas operações, demonstrando sua capacidade de agir rapidamente frente aos acontecimentos locais e globais. Tal fato responde ao questionamento: por que as ações do Itaú subiram mesmo com queda no lucro e as ações do Bradesco caíram mesmo com aumento do lucro?