O Boletim Focus – Relatório de Mercado de 11 de
agosto de 2017, do Banco Central do Brasil, divulgado nesta segunda-feira, 14
de agosto de 2017, trouxe algumas informações muito positivas. A meta da taxa
Selic deve continuar caindo e deve encerrar 2017 entre 7,25% ao ano e 7,50% ao ano e prevê este mesmo
patamar para o encerramento de 2018. Com isso, a expectativa de taxa Selic
média para 2017 caiu de 10,16% ao ano (relatório divulgado há quatro semanas)
para 9,91% ao ano e para 2018 caiu de 8,00% ao ano para 7,41% ao ano. Tal fato, além
de ajudar na não escalada da dívida pública e consequente não aumento das
despesas com serviços da dívida (principalmente juros da dívida), traz boas
perspectivas para reduzir o déficit nominal (resultado primário menos os serviços da
dívida), boa expectativa de retomada do crescimento, queda do desemprego,
redução dos juros ao consumidor final (tanto pessoa física como pessoa
jurídica), além de estimular o mercado de capitais, visto que as empresas
sociedades anônimas poderão captar recursos via debêntures e commercial papers
(notas promissórias) a taxas mais baixas, pode também alavancar o processo de
ofertas públicas de ações que devem ganhar mais espaço em 2018 (e que inclusive
já tem dado sinais de recuperação em 2017), e os investidores agora poderão (ou
deveriam) migrar de aplicações financeiras como caderneta de poupança para
investimentos em ações ou outros fundos de investimentos, investimentos estes
que devem continuar subindo por algum tempo e remunerando acima da maior parte
dos investimentos de renda fixa. Para os investidores mais curiosos, uma dica
seria observar os Certificados de Operações Estruturadas (COE), que mesclam
elementos de Renda Fixa e Renda Variável e podem ter valor nominal
(investimento) protegido ou em risco. Os Certificados de Operações Estruturas
(COE) são muito interessantes para quem não tem conhecimento aprofundado em
operações com opções, mas são interessados e querem investir em opções mesmo
que indiretamente.
Caso não ocorram “atos de Deus” [como uma
guerra contra a Coreia do Norte, um atentado terrorista muito impactante,
sérios problemas de negociação na OPEP (Organização dos Países Exportadores de
Petróleo), descoberta de esquemas de corrupção ainda maiores do que os já
identificados, impeachment de Temer, guerra civil entre brancos e “defensores
do politicamente correto” nos Estados Unidos, catástrofes naturais como
terremotos e furações, etc.], a tendência é de maior estabilidade e recuperação
no Brasil e é muito possível que o IBOVESPA saia da faixa atual de 67 mil
pontos e chegue a ultrapassar os 73 mil pontos, o que é uma ótima oportunidade
para investimentos de curto e médio prazos no mercado de ações, seja
diretamente para quem domina as técnicas necessárias (mais análise técnica e um
pouco de análise fundamentalista), seja indiretamente através de fundos de
investimento em ações ou mesmo em alguns fundos de investimento multimercado.
Para o mercado de câmbio é esperado que no fim
de 2017 a taxa de câmbio (reais por dólares) fique entre R$ 3,25/US$ e R$
3,30/US$ e que a taxa média no ano de 2017 fique em R$ 3,19/US$, e R$ 3,34/US$
em 2018, e a taxa para o fim de 2018 está sendo projetada entre R$ 3,36/US$ e
3,48/US$. Resumindo, é possível que ocorra alguma alta, mas de forma lenta.
O panorama para o Petróleo é que siga entre US$
40 e US$ 55 por barril, com o excesso de produção na OPEP principalmente por
causa das concessões feitas a Nigéria e Líbia (países isentos de limites de
produção devido a sofrerem com a guerra civil em 2016) e devido ao aumento
incessante na produção de shale oil (petróleo* de xisto) nos Estados Unidos.
O exercício de análise e previsão não é uma
técnica perfeita (apesar da tentativa continua de maior eficácia, robustez),
mas nos fornece um bom guia, uma boa visão sobre as perspectivas futuras. A
expectativa atual é positiva, principalmente na ausência de “atos de Deus” (os
atos de Deus não estão precificados nos preços dos ativos, pelo menos não
integralmente*). Ressalta-se, entretanto, que nenhuma operação que for ou vier
a ser realizada por qualquer leitor baseando-se nas informações aqui fornecidas é
de responsabilidade do blog e/ou do seu autor, cabendo ao leitor,
exclusivamente, a decisão de adquirir ou alienar bens e valores mobiliários e o
eventual ônus ou retorno financeiro decorrente de tal decisão. Qualquer decisão
de compra ou venda de títulos e valores mobiliários deverá ser baseada em
informações públicas existentes sobre os referidos títulos. Maior atenção ao
investir em renda variável. O investidor deve estar ciente de que rentabilidade
passada não significa certeza de rentabilidade futura.
Sim, concordo com seu resumindo, "é possível que ocorra alguma alta, mas de forma lenta."
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