sábado, 3 de dezembro de 2016

O custo do crédito para Pessoa Física no Brasil em novembro de 2016, segundo dados do Banco Central

Todos já sabem que o crédito no Brasil é muito caro e analisar quais as modalidades de crédito e quais instituições financeiras ofertam crédito menos oneroso é imperativo para conseguir viabilizar as necessidades, desejos, sonhos, dos consumidores, mitigando a possibilidade de possíveis incômodos futuros, como inadimplência e até menos a perda de bens.

A principal modalidade de crédito a ser evitada é a utilização do rotativo do cartão de crédito que chega a cobrar 25,01% ao mês, ou absurdos 1.357,04% ao ano, isto na instituição financeira AVISTA S.A. CFI. Mas não se engane que é só o rotativo do cartão de crédito que chega a cobrar mais de 1.000% ao ano. O crédito pessoal não consignado chega a 1.109,38% ao ano na AGIPLAN FINANCEIRA S.A. – CFI e a 1.071,98% ao ano na FACTA S.A. CFI. Isso quer dizer que se alguém tomasse emprestado R$ 10 mil junto a uma dessas instituições, após um ano estaria devendo R$ 120 mil. Absurdo? Sim, absurdo! Mas isto só ocorre porque existe demanda, porque pessoas desesperadas que não conseguem obter crédito em instituições financeiras tradicionais acabam aceitando esta verdadeira extorsão, mas ressalta-se que tal atividade é “legal” – apesar de imoral – já que existe a fiscalização pelo Banco Central do Brasil. Outras instituições financeiras um pouco mais conhecidas também disponibilizam crédito pessoal não consignado a taxas superiores a 800% ao ano, como a CREFISA S.A. CFI, que cobra em média 917,61% ao ano, e o Banco Gerador S.A., com taxa anual de 857,38%.

Após o rotativo do cartão de crédito e o crédito pessoal não consignado, segue o cheque especial como modalidade de crédito mais cara, que pode chegar a 16,47% ao mês, ou 523,23% ao ano, no Banco Mercantil do Brasil S.A.. Em seguida aparece o parcelamento do cartão de crédito, que chega a custar até 4,24% ao mês, ou 64,68% ao ano, na VIA CERTA FINANCIADORA S.A. - CFI.

As modalidades mais acessíveis para o tomador de crédito são o financiamento imobiliário e a aquisição de veículos, ou seja, modalidades que possuem menor risco para o emprestador/financiador, visto que tem o bem financiado como garantia do financiamento. É possível encontrar financiamentos imobiliários com taxas anuais inferiores a 9%, como é o caso do financiamento imobiliário com taxas reguladas – pós-fixado referenciado em TR do Banco do Brasil, com taxa anual 7,55% e taxa mensal de 0,61%, e da Caixa Econômica Federal, 0,66% ao mês, ou equivalentemente 8,21% ao ano. Também chama atenção a modalidade aquisição de outros bens – pré-fixado na Caixa Econômica Federal, cuja taxa anual ficou em 2,27% ou 0,19% ao mês.

Vide as taxas médias, máxima e mínima por modalidade de crédito:


Vide as melhores e as piores instituições financeiras por modalidade de crédito:


Taxas de juros ao mês das três melhores e três piores instituições financeiras por modalidade de crédito (quando existir):
































Maiores instituições financeiras e taxas de juros por modalidade de crédito:








quarta-feira, 30 de novembro de 2016

O preço do crédito corporativo no Brasil em novembro de 2016, segundo dados do Banco Central

Que o crédito no Brasil é muito caro todos já sabem, mas em que montante e em quais modalidades de crédito muitos nem prestam tanta atenção. Desta forma, faz-se necessário conhecer quais são as modalidades de crédito que apresentam condições um pouco mais acessíveis e quais modalidades de crédito devem ser evitadas o máximo possível (clique na tabela/gráfico para ampliar).


Como já esperado, o cheque especial é a modalidade de crédito mais cara, também para o segmento empresarial, chegando a 13,73% ao mês, ou 368,23% ao ano, no Banco do Brasil, instituição mais cara para esta modalidade. Em contrapartida, o Adiantamento sobre Contratos De Câmbio (ACC) – Pós-Fixado Referenciado em Moeda Estrangeira foi a modalidade menos cara com taxa mínima mensal de 0,07%, ou 0,80% ao ano, no Banco Fibra S.A., no entanto, esta modalidade de crédito não é disponível a todos e sim apenas a exportadores. As modalidades mais acessíveis são o desconto de duplicatas, com destaque para o Banco JP Morgan cuja taxa mensal foi 1,11%, ou 14,10% ao ano, além do Banco IBM, Banco Safra, etc.; a conta garantida pós-fixada com taxa mensal mínima de 1,16%, ou 14,81% ao ano, no Banco Crédit Agricole Brasil S.A., com taxas também acessíveis em outras instituições como Banco Santander e Banco Safra, etc.; e capital de giro, principalmente com prazo superior a 365 dias, destacando-se o Banco Modal, o Banco Santander, o Rabobank, Sumitomo Mitsui, BBM, etc.

Taxas de juros das três melhores e três piores instituições financeiras por modalidade (taxas mensais):













quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Black Thursday

Black Thursday é o nome dado a quinta-feira, 24 de outubro de 1929, quando o Dow Jones Industrial Average (DJIA) desabou 11% na abertura do pregão, precipitando o crash de Wall Street de 1929 e a subsequente Grande Depressão dos anos 1930.

O crash de 1929 não ocorreu em um único dia, mas especialmente em um período de duas semanas que começou em outubro daquele ano. A primeira parte do crash ocorreu em 24 de outubro, dia conhecido como Black Thursday. A semana seguinte trouxe a Black Monday, em 28 de outubro, e Black Tuesday, em 29 de outubro – o Dow Jones Industrial Average (DJIA) caiu mais de 20% ao longo desses dois dias. Pressões de venda preexistentes e o medo no mercado de ações foram seguidos por uma enxurrada de ordens de venda o que causou o desligamento do serviço de ticker-tape, sistema que fornecia os preços das ações para os traders (investidores). Devido às substanciais incertezas nos mercados, as vendas se intensificaram ainda mais, aumentando o pânico. Apesar de algumas tentativas de recuperação, o mercado de ações continuou baixista (languish), caindo quase 90% em relação a seu pico em 1929.

A Black Thursday (quinta-feira negra) e a consequente queda do mercado de 1929 desencadearam uma completa revisão da regulamentação do mercado de valores mobiliários dos Estados Unidos. Esses eventos levaram à promulgação do Securities Act de 1933 e do Securities Exchange Act de 1934.

Um pouco de história

A década de 1920 é conhecida como um período de grande riqueza e euforia. Com base no otimismo do pós-guerra, os americanos rurais migraram em grande número para as cidades ao longo da década com a esperança de encontrar uma vida mais próspera com a expansão cada vez maior do setor industrial americano. Enquanto as cidades americanas prosperaram, a superprodução de produtos agrícolas criou um desespero financeiro generalizado entre os agricultores americanos ao longo da década. Mais tarde tal fato seria considerado como um dos principais fatores que levaram a crise do mercado de ações em 1929.

Nesta época, muitos acreditavam que o mercado de ações continuaria a subir para sempre, apesar dos perigos da especulação. Já em 25 de março de 1929, uma mini correção baixista ocorreu quando os investidores começaram a vender ações a um ritmo rápido, depois que o Federal Reserve (FED – banco central americano) alertou sobre a especulação excessiva, expondo os instáveis fundamentos do mercado, da economia. Dois dias depois, o banqueiro Charles E. Mitchell anunciou que sua empresa, o National City Bank, forneceria US$ 25 milhões em crédito para impedir a queda do mercado. O movimento de Mitchell parou provisoriamente a crise financeira. No entanto, a economia americana mostrava vários sinais de problemas: a produção de aço diminuía, as construções estavam em ritmo lento, as vendas de automóveis caíam e os consumidores estavam acumulando elevadas dívidas por causa do crédito fácil. Apesar de todos esses sinais de problemas econômicos e as correções baixistas do mercado em março e maio de 1929, o preço das ações continuou a subir em junho e os ganhos continuaram praticamente inalterados até o início de setembro de 1929 (o índice Dow Jones apresentou retorno positivo de 20% entre junho e setembro).

O mercado subiu vigorosamente por nove anos, com o índice Dow Jones Industrial Average (DJIA) aumentando dez vezes em valor, atingindo um pico de 381,17 pontos em 03 de setembro de 1929. Pouco antes do crash, uma frase do economista Irving Fisher ficou famosa: “Os preços das ações atingiram o que parece um planalto permanentemente alto”. O otimismo e os ganhos financeiros do mercado altista de então foram abalados após a divulgação da previsão de setembro do especialista financeiro Roger Babson que previu que “um crash estava chegando”. O declínio inicial dos mercados em setembro foi assim chamado de “Babson Break” pela imprensa. Este foi o início do Grande Crash, embora a fase mais grave e aguda do crash tenha ocorrido em outubro, e muitos investidores consideraram o “Babson Break” de setembro como uma “correção saudável” e oportunidade de compra.

Paralelamente, em 20 de setembro, a Bolsa de Valores de Londres caiu quando o principal investidor britânico Clarence Hatry e muitos de seus associados foram presos por fraude e falsificação. A queda da Bolsa de Valores de Londres enfraqueceu muito o otimismo do americano em investir em mercados no exterior. Nos dias que antecederam o crash, o mercado estava consideravelmente instável. Períodos de venda e volumes elevados foram intercalados com breves períodos de subida dos preços e recuperação.

Em meados de outubro as vendas se intensificaram ainda mais e em 24 de outubro (“Black Thursday” ou “quinta-feira negra”) o mercado perdeu 11% de seu valor no sino de abertura com volume de negociação muito alto. O enorme volume de negociação causou o desligamento do serviço de ticker-tape, assim os investidores não tinham ideia como a maioria das ações estavam sendo negociadas realmente naquele momento, aumentando o pânico. Vários banqueiros de Wall Street se reuniram para encontrar uma solução para o pânico e caos presentes no pregão. A reunião incluiu Thomas W. Lamont, chefe interino do Morgan Bank; Albert Wiggin, chefe do Chase National Bank; e Charles E. Mitchell, presidente do National City Bank de Nova York. Eles escolheram Richard Whitney, vice-presidente da Bolsa, como representante. Com os recursos financeiros dos banqueiros, Whitney colocou uma oferta para comprar um grande bloco das ações da gigante do aço “US Steel” a um preço bem acima do mercado. Como os traders assistiram a operação mencionada anteriormente, Whitney, em seguida, colocou lances similares em outras ações de primeira linha (“blue chips”). Esta tática era semelhante a que terminou o Pânico de 1907. Neste sentido, conseguiu estancar a queda. O índice Dow Jones Industrial Average se recuperou, fechando com baixa de apenas 6,38 pontos no dia. O rali continuou na sexta-feira, 25 de outubro, e na sessão de meio dia no sábado 26, mas, ao contrário de 1907, a pausa foi apenas temporária.  Durante o fim de semana, os eventos foram cobertos pelos jornais americanos. Em 28 de outubro, “Black Monday”, mais investidores enfrentaram chamadas de margem e decidiram sair do mercado e a queda continuou, implicando em uma perda recorde no Dow Jones para o dia de 38,33 pontos, ou 13%. No dia seguinte, "Black Tuesday", 29 de outubro de 1929, cerca de 16 milhões de ações foram negociadas com o pânico de vendas atingindo seu pico. Algumas ações realmente não tinham compradores a qualquer preço naquele dia. O índice Dow Jones perdeu 30 pontos adicionais, ou 12%. O volume de ações negociadas em 29 de outubro de 1929 foi um recorde que não foi quebrado por quase 40 anos. Em 29 de outubro, William C. Durant se juntou com membros da família Rockefeller e outros gigantes financeiros para comprar grandes quantidades de ações para demonstrar ao público a sua confiança no mercado, mas mesmo com seus esforços não conseguiram parar o grande declínio dos preços. Devido ao alto volume de ações negociadas naquele dia, o ticker não parou de funcionar até cerca de 7:45 daquela noite. O mercado havia perdido mais de US$ 30 bilhões no espaço de dois dias, o que incluiu US$ 14 bilhões só em 29 de outubro.

Depois de uma recuperação de um dia em 30 de outubro, onde o índice Dow Jones recuperou 28,40 pontos, ou 12%, para fechar em 258,47 pontos, o mercado continuou caindo, chegando a um fundo provisório em 13 de novembro de 1929, com o índice Dow Jones fechando em 198,60 pontos. O mercado recuperou-se por vários meses, começando em 14 de novembro, com o Dow ganhando 18,59 pontos para fechar em 217,28 pontos, e atingindo um pico de fechamento secundário (ou seja, rali do mercado de baixa) de 294,07 pontos, em 17 de abril de 1930. No ano seguinte, o índice Dow Jones embarcou em outra queda, muito mais longa, de abril de 1931 a 8 de julho de 1932, quando fechou em 41,22 pontos – o seu nível mais baixo do século XX, terminando com uma perda de 89% para todas as ações do mercado. Durante a maior parte da década de 1930, o índice Dow Jones começou a recuperar lentamente as perdas decorrentes do crash de 1929, em especial nos três anos seguintes, começando em 15 de março de 1933, com o maior aumento percentual de 15,34%, com o Dow Jones fechando a 62,10 pontos, alta de 8,26 pontos. Os maiores aumentos percentuais do Dow Jones ocorreram durante o início e meados da década de 1930. No final de 1937, houve uma queda acentuada no mercado de ações, mas os preços mantiveram-se bem acima dos mínimos de 1932. O mercado não retornaria ao pico de fechamento de 3 de setembro de 1929 até 23 de novembro de 1954.


segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Investimentos alternativos

Investimentos alternativos diferem dos investimentos tradicionais (ações negociadas em bolsa de valores, títulos, dinheiro, etc.) nos tipos de ativos e valores mobiliários* incluídos nesta classe de ativos e na estrutura dos veículos de investimento em que estes ativos são mantidos. Os gerentes de carteiras de investimentos alternativos podem utilizar derivativos e alavancagem, investir em ativos ilíquidos e em posições vendidas em valores mobiliários. Muitos tipos de investimentos imobiliários são considerados investimentos alternativos em relação aos investimentos tradicionais. Os tipos de estruturas de investimento alternativos incluem hedge funds, fundos de private equity, vários tipos de investimentos imobiliários e alguns ETFs (Exchange Traded Funds – fundos de índices). As estruturas de custos para investimentos alternativos são diferentes do que as de investimentos tradicionais, com taxas de administração mais elevadas, em média, e muitas vezes com taxas de incentivos adicionais com base no desempenho. Os investimentos alternativos como um grupo têm apresentado baixa correlação com os investimentos tradicionais. Em comparação com os investimentos tradicionais, os investimentos alternativos apresentam:

  • Menor liquidez dos ativos detidos.
  • Maior especialização dos gestores dos investimentos.
  • Menos regulamentação e transparência.
  • Dados mais problemáticos e menos disponíveis sobre histórico de retorno e volatilidade.
  • Diferentes questões legais e tratamentos fiscais.

Categorias de investimentos alternativos

Basicamente podemos classificar os investimentos alternativos em cinco categorias:

Hedge funds. Estes fundos podem utilizar alavancagem, deter posições compradas e vendidas, utilizar derivativos e investir em ativos ilíquidos. Os gestores de hedge funds usam um grande número de diferentes estratégias na tentativa de gerar ganhos de investimento. Eles não fazem necessariamente hedge (cobertura) de risco como o nome pode sugerir.

Fundos de private equity. Como o nome sugere, os fundos de private equity investem em participações em empresas que não são negociadas publicamente (em bolsa de valores) ou em ações de empresas de capital aberto que o fundo pretende tomar de capital fechado. Os fundos levarage buyout (LBO) usam dinheiro emprestado para comprar participações em empresas estabelecidas e compreendem a maioria dos fundos de investimento de private equity. Os fundos de capital de risco (venture capital funds), uma porção menor dentre os fundos de private equity, investem ou financiam empresas jovens (ainda não maduras) em vários estágios do ciclo de vida da empresa (geralmente na fase inicial de existência). Adicionalmente, também classificaremos como fundos de private equity investimentos em títulos de empresas em dificuldades financeiras (distressed investing), embora os hedge funds também possam fazer este tipo de investimento.

Real estate (investimentos imobiliários). Investimentos imobiliários incluem propriedades residenciais ou comerciais, bem como dívidas imobiliárias garantidas. Estes investimentos são realizados em uma variedade de estruturas, incluindo a propriedade plena ou alavancada de imóveis individuais, empréstimos individuais garantidos por imóvel, valores mobiliários negociados publicamente ou de forma privada e lastreados por várias propriedades ou hipotecas. Os investimentos imobiliários podem gerar renda na forma de aluguéis, bem como pelo potencial de ganho de capital.

Commodities. Para ganhar a exposição a variações nos preços de commodities, os investidores podem possuir commodities físicas, derivativos de commodities ou o patrimônio de empresas que produzem commodities. Alguns fundos buscam exposição aos retornos sobre vários índices de commodities, em geral utilizando contratos derivativos com o intuito de acompanhar um índice de alguma mercadoria específica.

Outros. Esta categoria inclui investimentos em ativos colecionáveis tangíveis, tais como vinhos finos, moedas e selos raros, automóveis, joias, relógios, móveis antigos e arte, bem como patentes, um ativo intangível.


Potenciais benefícios dos investimentos alternativos

Os retornos de investimentos alternativos têm apresentado baixa correlação com os de investimentos tradicionais durante longos períodos. Esta é a principal motivação para manter investimentos alternativos – a baixa correlação histórica de seus retornos com os retornos de investimentos tradicionais , o que pode reduzir o risco global da carteira de um investidor. No entanto, as medidas de risco que utilizamos para ativos tradicionais podem não ser adequadas para capturar as características de risco dos investimentos alternativos. Os gestores de carteiras de investimentos alternativos muitas vezes consideram medidas de risco diferente do desvio-padrão dos retornos, como por exemplo o pior mês ou a frequência histórica de retornos descendentes.

Os retornos históricos para investimentos alternativos têm sido maiores, em média, do que os investimentos tradicionais, então adicionar investimentos alternativos a uma carteira tradicional pode aumentar os retornos esperados. As razões para estes retornos mais elevados devem-se a alguns investimentos alternativos serem precificados menos eficientemente que os ativos tradicionais (oferecendo oportunidades para os gestores qualificados), visto que os investimentos alternativos podem oferecer retornos extras por serem ilíquidos e, adicionalmente, os investimentos alternativos costumam usar alavancagem.

Embora pareça que a adição de investimentos alternativos a uma carteira de investimentos vá melhorar tanto o risco da carteira como o retorno esperado, a escolha da alocação ótima de uma carteira com investimentos alternativos é complexa e há problemas potenciais relacionados aos dados históricos dos retornos e a medidas de risco tradicionais. O viés de sobrevivência refere-se ao viés de alta dos retornos caso apenas dados de empresas existentes (sobreviventes) atualmente estiverem incluídos (no cálculo / índice). Dado que as empresas sobreviventes tendem a ser aquelas que melhor apresentam retornos médios, excluir os dados dos retornos das empresas não sobreviventes resulta em retornos médios tendenciosamente inflados. Já o viés de preenchimento refere-se ao viés introduzido pela inclusão de dados de desempenho anteriores para as empresas recentemente adicionadas a um índice de referência. Dado que as empresas recém adicionadas a um índice devem ser aquelas que sobreviveram e apresentaram desempenho melhor do que a média, incluir retornos de anos anteriores destas empresas recém adicionadas (sem incluir os retornos anteriores e atuais para os fundos que não foram adicionadas ao índice) tende a viesar o retorno do índice para cima.


OBS: Analisaremos de forma mais detalhada as cinco categorias de investimentos alternativos em outros artigos.

*  São valores mobiliários, quando ofertados publicamente, quaisquer títulos ou contratos de investimento coletivo que gerem direito de participação, de parceria ou remuneração, inclusive resultante da prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros. Exemplos de valores mobiliários: ações; debêntures; bônus, cupons, direitos e recibos de subscrição; contratos futuros, de opções e outros derivativos; commercial papers (notas promissórias), cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Retorno das principais ações dos índices: IFNC, IEE, IMAT, INDX, UTIL, IMOB, IDIV e SMLL em 2015

Rentabilidade de todas as ações do Índice Financeiro (IFNC) e do Índice de Energia Elétrica (IEE)

Rentabilidade de todas as ações do Índice de Materiais Básicos (IMAT) e das 10 principais das 47 ações do Índice do Setor Industrial (INDX)

Rentabilidade de todas as ações do Índice Utilidade Pública (UTIL) e do Índice Imobiliário (IMOB)

Rentabilidade das 10 principais das 31 ações do Índice de Dividendos (IDIV) e das 10 principais das 65 ações do Índice Small Caps (SMLL)


OBS: O autor do blog não se responsabiliza por nenhuma operação que for ou vier a ser realizada por qualquer leitor baseados nas informações aqui fornecidas, cabendo a eles, exclusivamente, a decisão de adquirir ou alienar valores mobiliários e o eventual ônus ou retorno financeiro decorrente de tal decisão. Qualquer decisão de compra ou venda de títulos e valores mobiliários deverá ser baseada em informações públicas existentes sobre os referidos títulos. Atenção ao investir em renda variável. O investidor deve estar ciente de que rentabilidade passada não significa certeza de rentabilidade futura.


quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Rentabilidade das principais ações da BM&FBOVESPA em 2015 e breve análise das cinco melhores e das cinco piores ações do IBOVESPA no período

O Índice Bovespa (IBOVESPA) caiu 13,31% em 2015. Abaixo estão demonstradas a rentabilidade de cada uma das ações que compõem o IBOVESPA.



Os cinco melhores retornos do Índice BOVESPA foram: Fibria (FIBR3), alta de 71,44%, Suzano Papel e Celulose (SUZB5), retorno de 68,77%, Klabin (KLBN11), alta de 64,05%, Braskem (BRKM5), +57,71%, e Raia Drogasil (RADL3), alta de 42,23%. Das cinco ações que apresentaram melhor desempenho em 2015, três são do setor de papel e celulose, são exportadoras e beneficiaram-se com a alta do dólar e com o aumento do preço médio em dólares da celulose em torno de 3%. Os cinco piores resultados do Índice BOVESPA foram: Bradespar (BRAP4), com queda de 61,38%, Rumo Log (RUMO3), retração de 64,37%, Usiminas (USIM5), retorno negativo de 69,14%, Oi S/A (OIBR4), queda de 73,77% e Metalúrgica Gerdau (GOAU4), queda de 85,08%, afetados basicamente pela depreciação do Real e pelo alto endividamento, em especial em moeda estrangeira. Ressalta-se que a PDG Realty (PDGR3), do setor imobiliário, apresentou retorno ainda pior que a ação GOAU4, com queda de 95,82%, em 2015, mas a PDGR3 não faz parte do Índice BOVESPA.

Um pouco sobre quem são as empresas que tiveram os melhores e piores desempenhos do IBOVESPA em 2015.

FIBR3 (+71,44%)

A Fibria Celulose S.A. é resultado da incorporação da Aracruz Celulose pela Votorantim Celulose e Papel, em 2009, e é uma das líderes mundiais em celulose de mercado. A Fibria tem como atividade preponderante o plantio de florestas renováveis e sustentáveis e a industrialização e o comércio de celulose branqueada de eucalipto. A Fibria opera em um único segmento operacional relacionado à industrialização e o comércio de celulose de fibra curta. A produção de celulose branqueada é realizada apenas a partir de árvores de eucalipto resultando em uma variedade de madeira dura de alta qualidade, com fibras curtas, geralmente melhor adequadas à fabricação de papel sanitário, papel revestido e não revestido para impressão e escrita. São utilizadas energias térmica e elétrica no processo produtivo, que são substancialmente provenientes de geração própria e inclui licor negro, biomassa derivada de descasque de madeira, lascas e resíduos. Os principais insumos e matérias primas utilizados pela Fibria em seu processo produtivo são: madeira, energia, produtos químicos e água. A Fibria exporta aproximadamente 90% de sua produção. De acordo com o Release Resultados 4T15, o preço médio líquido da Fibria em dólar subiu 7%. Adicionalmente, a valorização do dólar médio frente ao real contribuiu para o excelente desempenho da FIBR3 em 2015, que viu sua receita líquida subir 42% em reais (R$ 10,081 bilhões em 2015 e R$ 7,084 bilhões em 2014), mesmo com a queda de 4% do volume vendido. Em 31 de dezembro de 2015, a estrutura de capital da empresa era de 56,5% de capital de terceiros e 43,5% de capital próprio. A dívida bruta encerrou 2015 em R$ 12,744 bilhões, correspondente a US$ 3,264 bilhões, que representa um aumento de 4% em dólar quando comparado ao saldo de 2014, como resultado das captações ocorridas no período para a execução do Projeto Horizonte 2 (expansão da unidade de Três Lagoas (MS)). De fato negativo, ressalta-se que 90% da dívida bruta da Fibria é em moeda estrangeira e, neste sentido, o resultado financeiro líquido negativo em 2015 foi 125% pior que em 2014, saindo de R$ 1,635 bilhão em 2014 para R$ 3,685 bilhões em 2015, resultado da variação cambial líquida negativa de R$ 2,507 bilhões em 2015 (R$ 722 milhões em 2014), juros e outras despesas financeiras de R$ 570 milhões em 2015 (R$ 1,041 bilhão em 2014), instrumentos financeiros derivativos R$ 830 milhões (ante R$ 6 milhões em 2014), reduzidos por receitas financeiras de R$ 222 milhões em 2015 (R$ 134 milhões em 2014). Como resultado, a Companhia apurou um lucro líquido de R$ 357 milhões em 2015, aumento de 119% comparativamente ao ano de 2014 (R$ 163 milhões).

SUZB5 (+68,77%)

A Suzano Papel e Celulose S.A. atua na manufatura e comercialização, no Brasil e no exterior, de papel e de celulose de fibra curta de eucalipto, assim como também na formação e exploração de florestas de eucalipto. Sua linha de produtos de papel inclui papel e papelão revestido, não-revestido e cortado, vendido a 86 países. A Suzano exporta aproximadamente 86% de sua produção. Segundo o Release Resultados 3T15, o preço líquido médio em dólar da celulose subiu 3,4% no terceiro trimestre de 2015 (3T15) em comparação ao segundo trimestre de 2015 (2T15) e 11,9% em 12 meses (3T15 em comparação ao 3T14). Já o preço líquido médio em Reais aumentou 19,4% no trimestre (3T15 / 2T15) e 74,5% em doze meses (3T15 / 3T14). Em doze meses as exportações aumentaram em 26,2% em volume e a receita líquida aumentou 84,3% em Reais. O mercado interno também apresentou variação positiva, tendo aumentado 3,3% em volume e a receita líquida em Reais aumentou 80,3%. Desta forma, a receita líquida total aumentou 50,8%. A evolução da receita líquida de celulose é explicada pelo aumento do preço lista em dólares, combinado com a desvalorização do Real e pelo maior volume de vendas. Em 30 de setembro de 2015, a estrutura de capital da empresa era de 68,5% de capital de terceiros e 31,5% de capital próprio. De fato negativo, ressalta-se que 66% da dívida bruta da Suzano era em moeda estrangeira e, neste sentido, o resultado financeiro líquido negativo em 2015 foi 401% pior que em 2014 (nos primeiros nove meses de cada ano, 9M15 e 9M14), saindo de despesas financeiras líquidas no montante de R$ 857 milhões em 2014 para R$ 4,293 bilhões em 2015, basicamente resultado da variação cambial no período. Tal fato implicou em prejuízo de R$ 1,266 bilhão em 2015 (9M15) em comparação ao prejuízo de R$ 64 milhões em 2014 (9M14).

KLBN11 (+64,05%)

A Klabin S.A. atua principalmente na produção, exportação e reciclagem de papel. A empresa é estruturada em três unidades de negócio: silvicultura, responsável pela venda e suprimento de sementes de pinheiro e de eucalipto, como também toras de florestas plantadas; papel, que atua na produção e fornecimento de papelão revestido, papel de embalagem, papel reciclado e papel kraft; e conversão, envolvida na fabricação e suprimento de papel ondulado, caixas de papelão ondulado, sacos industriais e outras caixas e embalagens. De acordo com o Release Relatório Trimestral - 3T15, a receita líquida, incluindo madeira, atingiu R$ 1,446 bilhões no 3T15, com crescimento 13% em relação ao 3T14, influenciada especialmente pela depreciação do real em relação ao dólar na comparação entre os períodos, que elevou as receitas na parcela destinada ao mercado externo. A receita líquida proveniente das vendas ao mercado externo cresceu 53% na comparação com o 3T14 e representou 33% do total, total, contra 24% observado no mesmo trimestre do ano anterior. Em 30 de setembro de 2015, a estrutura de capital da empresa era de 80,2% de capital de terceiros e 19,8% de capital próprio. O endividamento bruto em 30 de setembro de 2015 era de R$ 17,524 bilhões, aumento de R$ 4,140 bilhões se comparado ao final do 2T15, devido principalmente ao grande impacto da variação cambial sobre a parcela da dívida em moeda estrangeira, que por si só foi responsável por R$ 2,6 bilhões deste aumento, além das novas captações de recursos para fazer frente aos desembolsos do Projeto Puma (nova fábrica de celulose). Da dívida total, R$ 11,793 bilhões, ou 67% (US$ 2.968 milhões) são denominados em dólar, substancialmente pré-pagamentos de exportação. O resultado financeiro líquido negativo em 2015 foi de R$ 3,673 bilhões ante R$ 195 milhões em 2014 (nos primeiros nove meses de cada ano, 9M15 e 9M14), basicamente resultado da variação cambial no período. Tal fato impactou o resultado e implicou em prejuízo de R$ 1.774 bilhão em 2015 (9M15) contra lucro de R$ 858 milhões em 2014 (9M14).

BRKM5 (+57,71%)

A Braskem S.A. tem como objeto social a importação e exportação de produtos químicos, petroquímicos, combustíveis, a produção, distribuição e comercialização de utilidades tais como, vapor, água, ar comprimido, gases industriais, assim como a prestação de serviços industriais, a produção, distribuição e comercialização de energia elétrica para seu consumo próprio e de outras empresas, além da participação em outras sociedades como sócia ou acionista. A Braskem é uma fabricante de resinas termoplásticas no mundo todo e, no Brasil, de etileno, polietileno e polipropileno. A Braskem produz um portfólio diversificado de produtos petroquímicos e termoplásticos e foca em polyvinyl chlorid, o PVC. As operações de negócio consistem de quatro unidades de negócio de produção e de uma unidade de negócios de distribuição. As unidades de negócio incluem a Basic Petrocheffmicals, Polyolefins, Quattor, Vinyls, Braskem America e Chemical Distribution. De acordo com o Release Resultados do 3T15, a receita líquida consolidada da Braskem foi de US$ 3,7 bilhões, queda de 2% em relação ao 2T15. Em reais, a receita alcançou R$ 13,2 bilhões, alta de 14%, principalmente impactada pela depreciação média do real de 15% entre os períodos. Excluindo da análise a revenda de nafta/condensado, a receita do trimestre apresentou queda de 3% em dólares e alta de 12% em reais. Na comparação com o 3T14, a receita líquida consolidada em dólares foi 28% inferior, refletindo o menor patamar dos preços de petroquímicos no mercado internacional em função do novo cenário de preços de petróleo e nafta, a principal matéria-prima utilizada pelo setor. Quando medida em reais, apresentou alta de 12%. A depreciação média do real de 56% entre os períodos compensou o menor patamar de preços internacionais. A receita com o mercado externo, excluindo a revenda de nafta/condensado, totalizou US$ 1,6 bilhão no 3T15, crescimento de 2% na comparação com o trimestre anterior, decorrente principalmente do aumento de 22% no volume de exportações de resinas e de 35% nos principais petroquímicos básicos. Na comparação com o mesmo período de 2014, houve uma queda de 20%, em função do menor patamar de preços de resinas e petroquímicos básicos no mercado internacional, acima explicado. A Braskem exporta aproximadamente 40% de sua produção. A estrutura de capital da empresa era de 97,3% de capital de terceiros e 2,7% de capital próprio, em 30 de setembro de 2015. A Braskem registrou lucro líquido de R$ 1,482 bilhão no 3T15 e R$ 2,740 bilhões no acumulado do ano (9M15), em 2014 o lucro líquido foi de R$ 230 milhões (3T14) e R$ 750 milhões (9M14). Em ambos os casos, o resultado foi positivamente influenciado pelo bom desempenho operacional e pela adoção da contabilidade de hedge, que melhor traduz os efeitos da variação cambial dos passivos em dólar no resultado da Companhia. Caso a contabilidade de hedge não tivesse sido adotada, a Companhia teria registrado prejuízo de R$ 3,294 bilhões em função da depreciação do real em 28% na comparação com o trimestre anterior. No acumulado do ano, este prejuízo teria sido de R$ 4,422 bilhões em função da depreciação do real em 50% no período.

RADL3 (+42,23%)

A Raia Drogasil S.A. tem como atividade básica o comércio varejista de medicamentos, perfumarias, produtos de higiene pessoal e beleza, cosméticos e dermocosméticos, através de uma rede de farmácias com 1.177 lojas em operação (em setembro de 2015), criada a partir da fusão da Droga Raia com a Drogasil, em agosto de 2011. De acordo com o Release Divulgação de Resultados 3T15, a Raia Drogasil atingiu uma participação nacional comparável de mercado média de 10,0% (3T15), um incremento de 0,8 ponto percentual sobre o 3T14. O principal destaque foi São Paulo, onde atingiu uma participação de 22,3% com ganho de participação de 1,8 ponto percentual, alavancado pelo crescimento orgânico e pela recuperação progressiva de uma das marcas. A receita bruta da Raia Drogasil foi de R$ 2,388 bilhões no terceiro trimestre de 2015, um incremento de 20,0% em relação ao 3T14. No mesmo período, o mercado farmacêutico brasileiro cresceu 14,8% (8,2% em unidades), segundo o IMS Health. Perfumaria foi o destaque do trimestre, registrando um crescimento de 22,1%, um incremento de 0,5 ponto percentual no mix de vendas sobre o 3T14. Tanto OTC (Over the Counter – produtos relacionados à saúde e bem-estar que não precisam de prescrição médica para ser vendido) quanto medicamentos de marca cresceram 19,7%, reduzindo suas participações em 0,1 ponto percentual, enquanto os medicamentos genéricos cresceram 16,9%, reduzindo a sua participação em 0,3 ponto percentual. Ressalta-se o clima anormalmente quente no trimestre de 2015, que impulsionou a venda de perfumaria às custas das demais categorias, em especial de OTC e de Genéricos, que tem em antibióticos uma das suas principais classes terapêuticas. A margem bruta foi de 28,9% (3T15), um incremento de 1,0 ponto percentual quando comparado ao 3T14. Os principais vetores de crescimento da margem bruta foram as melhorias estruturais nas condições comerciais, as compras de oportunidade, os ajustes táticos de preços e também a redução nas perdas de inventário, que contribuíram para um incremento de aproximadamente 0,7 ponto percentual na margem bruta. Adicionalmente, o Ajuste a Valor Presente incrementou a margem bruta em 0,3 ponto percentual, refletindo os aumentos nas taxas de juros e nos dias de fornecedores quando comparados ao ano anterior. Em 30 de setembro de 2015, a estrutura de capital da empresa era de 40,9% de capital de terceiros e 59,1% de capital próprio. O endividamento bruto totalizou R$ 255 milhões, composto integramente por linhas de crédito do BNDES. Do endividamento total, 63,0% é de longo prazo e 37,0% refere-se às parcelas de curto prazo desta dívida de longo prazo. As despesas financeiras líquidas vêm mantendo a média de 0,6% da receita líquida desde o 4T14. Após o custo dos produtos vendidos (com média entre 69% e 71% da receita líquida), as despesas com vendas representam o maior grupo de despesas com médias que variaram de 18,2% a 18,8% da receita líquida entre o 3T14 e o 3T15. O lucro líquido ajustado totalizou R$ 95,0 milhões (3T15), um incremento de 18,0% quando comparado ao mesmo período do ano anterior (3T14). A margem líquida ajustada foi de 4,0% no terceiro trimestre de 2015, em linha com o ano anterior. O lucro líquido nos nove primeiros meses de 2015 foi de R$ 263 milhões (9M15), ante R$ 159 milhões em 2014 (9M14), um aumento de 65%.

BRAP4 (-61,38%)

A Bradespar S.A. tem por objeto social a participação como sócia ou acionista em outras sociedades. Como Companhia de investimentos, a Bradespar tem sua receita operacional originada do resultado de equivalência patrimonial, dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos da Valepar/VALE, juros das ações resgatáveis recebidos da Valepar e dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos da CPFL Energia. Segundo o Release Informe aos Investidores 3T15, a Bradespar, no 3º trimestre de 2015, registrou receita operacional negativa de R$ 242,7 milhões, composta por R$ 248,7 milhões de equivalência patrimonial negativa da Valepar/VALE e R$ 6,0 milhões de juros das ações resgatáveis recebidos da Valepar. No acumulado dos primeiros nove meses de 2015, registrou receita operacional negativa de R$ 504,9 milhões, em função do resultado de R$ 529,5 milhões de equivalência patrimonial negativa advindo da Valepar/VALE e R$ 24,6 milhões de juros das ações resgatáveis recebidos da Valepar. Destaca-se que o resultado de equivalência patrimonial advindo da Valepar/VALE, no 3º trimestre de 2015, foi afetado, principalmente, pela depreciação do Real frente ao dólar americano. Ressalte-se que a VALE anunciou um trimestre de excelente desempenho operacional, com a produção de minério de ferro alcançando 88,2 milhões de toneladas, a maior produção trimestral da sua história, empreendeu esforços no corte de custos, disciplina na alocação de capital e foco no core business, resultando em maiores volumes de vendas, reforçando assim suas bases de geração de valor e seu compromisso com a busca de melhores resultados para seus acionistas. Entretanto, com o ambiente desafiador atual, o que inclui a redução dos preços das commodities e depreciação do Real, os resultados foram negativos. Em 30 de setembro de 2015, a estrutura de capital da empresa era de 14,6% de capital de terceiros e 85,4% de capital próprio.

RUMO3 (-64,37%)

A Rumo Operadora Logística Multimodal S.A. é resultado da fusão entre a Rumo e a ALL (antiga América Latina Logística), concluída em 2015. É atualmente a maior operadora logística com base ferroviária independente da América Latina, oferecendo uma ampla gama de serviços de logística com operações de transporte intermodal door-to-door domésticas e internacionais, carregamento e entrega local, terminal portuário e serviços de armazenagem, incluindo inventário e gestão de centros de distribuição. A principal área de atuação se estende sobre os Estados de Mato Grosso e São Paulo e os estados da região sul do Brasil. A rede ferroviária abrange uma área responsável por aproximadamente 80% do PIB do Brasil, onde quatro dos portos mais ativos no país estão localizados e através do qual a maior parte da produção de grãos do Brasil é exportada. Contudo, segundo as Demonstrações Financeiras Intermediárias de 30 de setembro de 2015, a RUMO apresentou um capital circulante líquido consolidado negativo de R$ 1,735 bilhão. Em compensação, apresentou uma geração líquida de caixa operacional consolidada de R$ 1,099 bilhão e efetuou investimentos em modernização de sua frota e melhoria da malha ferroviária no montante de R$ 890 milhões, em linha com o seu plano de negócios. Adicionalmente, de acordo com o Release Relatório de Resultados 3T15, a RUMO apresentou prejuízo de R$ 43,7 milhões no terceiro trimestre de 2015 e alavancagem de 4,85x dívida liquida/EBITDA LTM. O resultado líquido foi afetado por (i) maiores custos e despesas operacionais pela adoção das novas políticas contábeis e (ii) maiores despesas financeiras pela elevação dos saldo médio e custos de endividamento em linha com as elevações das taxas médias de juros (CDI e TJLP) entre os períodos. Entretanto, apesar dos números, a Administração da Companhia entende que o uso do pressuposto da continuidade operacional é adequado. Em 30 de setembro de 2015, a estrutura de capital da empresa era de 81,4% de capital de terceiros e 18,6% de capital próprio.

USIM5 (-69,14%)

A Usiminas (Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A.) tem como principal objeto a exploração da indústria siderúrgica e outras atividades correlatas, como extração de minério de ferro, transformação do aço, fabricação de bens de capital e logística. Conta atualmente com duas usinas siderúrgicas com capacidade nominal de produção de 9,5 milhões de toneladas por ano, localizadas nas cidades de Ipatinga, Estado de Minas Gerais e Cubatão, Estado de São Paulo, além de reservas de minério de ferro, centros de serviços e distribuição, portos marítimos e terminais de cargas, estrategicamente localizados em diversas cidades brasileiras. Fornece seus produtos para os segmentos da construção civil e de eletrônicos, assim como também para os segmentos de construção naval, tubos, eletrodomésticos, embalagens, máquinas e equipamentos, automóveis e peças para automóveis. Produz chapas grossas, tiras a frio, tiras a quente, revestidos e outros produtos relacionados. A empresa exporta seus produtos para a China, Colômbia, Chile, Tailândia, Estados Unidos e Argentina. Segundo o Release Divulgação de Resultados do 3T15, nos primeiros 9 meses de 2015 o volume de vendas de aço caiu 14% e o de minério teve queda de 30%, o que fez com que a receita líquida do período caísse 15% e o lucro bruto apresentou queda de 76% (em comparação ao mesmo período de 2014). Já o lucro líquido saiu de um resultado positivo de R$ 326 milhões nos três primeiros trimestre de 2014 (9M14) para um prejuízo de R$ 2,058 bilhões nos três primeiros trimestre de 2015 (9M15). Até setembro de 2015 as exportações representaram 21% da receita líquida (14% no mesmo período de 2014). No 3T15, a receita líquida foi de R$ 2,4 bilhões, 9,4% inferior à do 2T15, que foi de R$ 2,7 bilhões, principalmente devido à queda de 11,6% no volume de vendas de aço no mercado interno, que representa produtos de maior valor agregado que na exportação, e à queda de 35,8% no volume de vendas de minério de ferro. Em 30 de setembro de 2015, a estrutura de capital da empresa era de 43,9% de capital de terceiros e 56,1% de capital próprio. Adicionalmente, a parcela da dívida em moeda estrangeira representava 49% da dívida total no 3T15 e a Usiminas apresentou resultado financeiro negativo de R$ 1,222 bilhão (9M15), dos quais R$ 913 milhões foram decorrentes de perdas cambiais, em virtude da depreciação do Real no período.

OIBR3 (-73,77%)

A Oi S/A tem como objeto social a exploração de serviços de telecomunicações e atividades necessárias, ou úteis à execução desses serviços, na conformidade das concessões, autorizações e permissões que lhe forem outorgadas. É uma concessionária responsável pelo Serviço Telefônico Fixo Comutado ("STFC") nas Regiões I e II do Plano Geral de Outorgas ("PGO"), que abrange todos os estados da federação exceto São Paulo, além do Distrito Federal. Os contratos de concessão têm vigência até 31 de dezembro de 2025. Além disso, a Oi possui autorização da ANATEL para a prestação de serviços de Telefonia Móvel ("SMP") em todo o país. Completam ainda o portfólio da companhia os serviços de rede de transporte e Backbone internacional, transmissão de dados e TV por assinatura. Em 2009 assumiu o controle da Brasil Telecom. Após a operação, a Brasil Telecom e outras empresas do grupo ainda negociavam papéis distintos na BM&FBovespa, que a partir de 2012 foram consolidados em apenas duas ações (OIBR3 e OIBR4). A receita líquida nos nove primeiros meses de 2015 caiu 2,7% em relação ao mesmo período do ano anterior (R$ 20,6 bilhões 9M15, ante R$ 21,2 bilhões 9M14), em decorrência, basicamente, da redução na receita de aparelhos em função da terceirização da operação de handsets e pela menor receita de uso de rede com o corte de 33,3% nas tarifas reguladas de interconexão do serviço móvel (VU-M) em fevereiro de 2015. A estrutura de capital da empresa era de 80,4% de capital de terceiros e 19,6% de capital próprio, em 30 de setembro de 2015. 76% dos empréstimos e financiamentos da empresa era em moeda estrangeira (42,2% em Euro, 35,3% em dólar americano e 22,5% em Reais), em 30 de setembro de 2015. O resultado financeiro líquido negativo aumentou 38% em relação a 2014 (R$ 4,5 bilhões 9M15, ante R$ 3,2 bilhões 9M14), devido ao aumento da dívida bruta (a Oi realizou captações de recursos no exterior em 2015) – em consequência, maior pagamento de juros – e devido a variação cambial do período. Neste sentido, a Oi saiu de um lucro líquido de R$ 95 milhões nos 9M14 para um prejuízo de R$ 1,883 bilhão nos 9M15.

GOAU4 (-85,08%)

A Metalúrgica Gerdau S.A. é uma empresa holding que controla direta ou indiretamente todas as empresas Gerdau no Brasil e no exterior, com sede em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul. É líder no segmento de aços longos nas Américas e uma das principais fornecedoras de aços especiais do mundo. No Brasil, também produz aços planos e minério de ferro, atividades que estão ampliando: o mix de produtos oferecidos ao mercado e a competitividade das operações. A Gerdau possui operações industriais em 14 países – nas Américas, na Europa e na Ásia –, as quais somam uma capacidade instalada superior a 26 milhões de toneladas de aço por ano. Além disso, é a maior recicladora da América Latina e, no mundo, transforma, anualmente, milhões de toneladas de sucata em aço. A estrutura de capital da empresa era de 56,1% de capital de terceiros e 43,9% de capital próprio, em 30 de setembro de 2015. Nos nove primeiros meses de 2015 a Metalúrgica Gerdau vendeu 2,9% a menos de aço bruto (em comparação ao mesmo período do ano anterior (9M15 / 9M14)) e reduziu a produziu de aço bruto em 5,3%, devido à readequação dos níveis de estoques. Já receita líquida em Reais aumentou 4,5% pelo efeito da variação cambial (de R$ 31,7 bilhões, 9M14, para R$ 33,1 bilhões, 9M15). Em 30 de setembro de 2015, 11,6% da dívida bruta era de curto prazo e 88,4% de longo prazo. A dívida bruta era composta por 20,5% em reais, 74,1% em dólar norte-americano e 5,4% em outras moedas. O aumento da dívida bruta em R$ 8,5 bilhões de dezembro de 2014 para setembro de 2015 (R$ 21,5 bilhões, 4T14, R$ 30 bilhões, 3T15) deve-se, principalmente, ao efeito da variação cambial do período. O resultado líquido da Metalúrgica Gerdau saiu de lucro líquido de R$ 983 milhões em 2014 (9M14) para um prejuízo líquido de R$ 1,788 bilhão em 2015 (9M15).


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