quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Será que as ações da Petrobras já atingiram o fundo do poço após perderem mais de 80% de seu valor de mercado? Uma análise da PETR4

Fonte: http://economia.uol.com.br/cotacoes/bolsas/acoes/bvsp-bovespa/petr4-sa/


Após a expressiva queda por dois pregões consecutivos, -11,2% no dia 28 de janeiro de 2015 e mais uma queda de 3,1% em 29 de janeiro de 2015, em relação ao dia anterior, uma pergunta que fica no ar é se as ações da Petrobras (PETR4) já atingiram o fundo do poço?

Para responder a esta complexa pergunta o primeiro passo é analisar o gráfico de preços da PETR4. Observa-se que o pico, o auge da cotação, foi em R$ 52,51, no dia 21 de maio de 2008, apresentando uma queda de 83,3% em relação a última cotação observada em 29 de janeiro de 2015 (R$ 8,75) e uma queda ainda maior considerando o vale (cotação mínima) observada no dia 05 de janeiro de 2015 (R$ 8,04).

Observa-se que a ação é extremamente volátil, especialmente no último ano. Do vale observado em 17 de março de 2014, cotada a R$ 12,57, ao pico em 02 de setembro de 2014, quando alcançou R$ 24,90, a variação positiva foi de 98,1% em menos de 6 meses, ou mais especificamente em 168 dias. Após esta forte alta, que teve como principal causa uma provável mudança política em decorrência do crescimento nas pesquisas dos candidatos opositores a atual e então presidente da república, uma nova forte queda aconteceu logo após a retomada do crescimento nas pesquisas da presidente da república e continuou expressivamente até atingir até então o fundo do poço em 05 de janeiro de 2015 (R$ 8,04), uma queda de 67,7% em apenas 124 dias, ou seja, aproximadamente quatro meses. Após este aparente fundo do fundo, as ações ainda evoluíram para R$ 10,46 no dia 21 de janeiro de 2015, mas após quatro pregões de queda (intercalado com apenas um de alta), nesta quinta-feira, 29 de janeiro de 2015, a PETR4 chegou a ser cotada a R$ 8,34 e teve como última cotação (antes do after market) R$ 8,75.

E o que podemos inferir?

Primeiro, não sabemos realmente se este é o fundo do poço, visto que as investigações de corrupção, a ausência de informações claras, transparentes, as demonstrações financeiras do terceiro trimestre de 2014 não auditadas, além das severas punições que a empresa pode e provavelmente sofrerá, principalmente nos Estados Unidos, apresentam um ambiente de alta incerteza e os riscos de perdas associadas a cotação da PETR4 são difíceis de mensurar até o momento. Entretanto, o fundo do poço de R$ 8,04, em 05 de janeiro de 2015, é um bom parâmetro para a definição de um nível de suporte e até pode ter sido efetivamente (mas não provavelmente) o fundo do poço para a PETR4. Mas uma análise mais fria pode ser feita se o horizonte de tempo não for tão rígido - as ações da Petrobras voltarão sim a valorizar, o que não podemos definir é se em alguns meses, um ano, dois anos, cinco anos ou até um pouco mais. Caso a PETR4 volte a sua cotação do recente pico de 02 de setembro de 2014 (R$ 24,90) - o que é extremamente plausível - o retorno nominal bruto potencial seria de 184,6%, o que é um excelente retorno, seja em dois anos ou mesmo em cinco anos ou mais.


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Rentabilidade dos principais índices divulgados pela BM&FBOVESPA em 2014, seu significado e principais ações que compõem estes índices



Os índices bursáteis divulgados pela BM&FBOVESPA que apresentaram melhor desempenho nos últimos 4 anos foram o Índice de BRDs Não Patrocinados GLOBAL (BDRX), com retorno de 168,03%, o Índice de Consumo (ICON), com retorno de 58,78%, o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX), com retorno de 33,67%, e o Índice Financeiro (IFNC), com retorno de 31,86%. Já pelo lado negativo ressaltam-se o Índice Imobiliário (IMOB), com perda de 46,68%, o Índice de Materiais Básicos (IMAT), com perda de 38,40%, o Índice BOVESPA (IBOVESPA), com perda de 27,84%, e o Índice Small Caps (SMLL), com perda de 24,47%, nos últimos 4 anos.

O Índice de BRDs Não Patrocinados GLOBAL (BDRX) retrata principalmente a melhora econômica dos Estados Unidos. Adicionalmente, pode-se inferir que as medidas de estímulo ao consumo durante o primeiro governo da presidente Dilma surtiram efeito positivos para as ações classificadas no Índice de Consumo (ICON). Entretanto, mesmo com programas como o Programa Minha Casa, Minha Vida, as ações que compõem o Índice Imobiliário (IMOB) perderam praticamente a metade de seu valor de mercado. Já o setor de materiais básicos, composto basicamente por ações do setor de mineração e siderurgia, sofreu principalmente com a redução do ritmo de crescimento da China e com a consequente queda do preço de minério de ferro.


Abaixo descrição do significado dos índices e principais ações que os compõem.

Índice
Descrição
O que é?
BDRX
Índice de BRDs Não Patrocinados GLOBAL
Indice valorizado pela multiplicação da quantidade teórica de cada BDR Não Patrocinado pelo seu Valor de Referência, que é o preço do último negócio registrado nesse intervalo ou a média aritmética dos preços das melhores ofertas de compra e de venda (“Topo de Livro”) registradas no momento do cálculo. Atualmente é composto por 68 BDRs Não Patrocinado, dentre as quais destacam-se: APPLE (AAPL34), EXXON MOBIL (EXXO34), JOHNSON (JNJB34), MICROSOFT (MSFT34), WAL MART (WALM34), WELLS FARGO (WFCO34)
ICON
Índice de Consumo
O Índice de Consumo mede o comportamento das ações das empresas representativas dos setores de consumo cíclico e não-cíclico.  Atualmente é composto por 41 ações, dentre as quais destacam-se: ABEV3, BRFS3, CRUZ3, JBSS3, KROT3, LREN3, PCAR4
IFIX
Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários
O IFIX é composto pelos fundos imobiliários negociados nos mercados de bolsa e de balcão organizado da BM&FBOVESPA. Atualmente é composto por 68 fundos, dentre as quais destacam-se: BBPO11, BRCR11, HGRE11, KNCR11, KNRI11, TBOF11, TRNT11B
IFNC
Índice Financeiro
O Índice Financeiro mede o comportamento das ações das empresas representativas dos setores de intermediários financeiros, serviços financeiros diversos e previdência e seguros. Atualmente é composto por 15 ações: BBAS3, BBDC3, BBDC4, BBSE3, BVMF3, CIEL3, CTIP3, ITSA4, ITUB4
IGC-NM
Índice de Governança Corporativa Novo Mercado
O Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada – Novo Mercado tem por objetivo medir o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que apresentem bons níveis de governança corporativa e que estejam listadas no Novo Mercado. Atualmente é composto por 123 ações, dentre as quais destacam-se: BBAS3, BBSE3, BRFS3, BVMF3, CCRO3, CIEL3, EMBR3, JBSS3, KROT3, UGPA3
IVBX-2
Índice Valor BM&FBOVESPA – 2ª Linha
Índice desenvolvido em conjunto pela BM&FBOVESPA e pelo jornal Valor Econômico, visando mensurar o retorno de uma carteira hipotética constituída exclusivamente por papéis emitidos por empresas de excelente conceito junto aos investidores, classificadas a partir da 11ª posição, tanto em termos de valor de mercado como de liquidez de suas ações. Atualmente é composto por 50 ações, dentre as quais destacam-se: CCRO3, CMIG4, CTIP3, EMBR3, JBSS3, LREN3, PCAR4, TIMP3, UGPA3, VIVT4
ISE
Índice de Sustentabilidade Empresarial
O ISE é uma ferramenta para análise comparativa da performance das empresas listadas na BM&FBOVESPA sob o aspecto da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. Também amplia o entendimento sobre empresas e grupos comprometidos com a sustentabilidade, diferenciando-os em termos de qualidade, nível de compromisso com o desenvolvimento sustentável, equidade, transparência e prestação de contas, natureza do produto, além do desempenho empresarial nas dimensões econômico-financeira, social, ambiental e de mudanças climáticas. Atualmente é composto por 51 ações, dentre as quais destacam-se: BBDC4, BRFS3, CCRO3, CIEL3, EMBR3, ITUB4, VALE3, VALE5, VIVT4
UTIL
Índice Utilidade Pública
O Índice Utilidade Pública mede o comportamento das ações das empresas representativas do setor de utilidade pública (energia elétrica, água e saneamento e gás). Atualmente é composto por 18 ações, dentre as quais destacam-se: CESP6, CMIG4, CPFE3, CPLE6, EQTL3, SBSP3, TBLE3, TRPL4
ITAG
Índice de Ações com Tag Along Diferenciado
O ITAG – Índice de Ações com Tag Along Diferenciado tem por objetivo medir o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que ofereçam melhores condições aos acionistas minoritários, no caso de alienação do controle. Atualmente é composto por 177 ações, dentre as quais destacam-se: BBDC4, BRFS3, CIEL3, ITSA4, ITUB4, UGPA3
ICO2
Índice Carbono Eficiente
Indicador, composto pelas ações das companhias participantes do índice IBrX-50 que aceitaram participar dessa iniciativa, adotando práticas transparentes com relação a suas emissões de gases efeito estufa (GEE), leva em consideração, para ponderação das ações das empresas componentes, seu grau de eficiência de emissões de GEE, além do free float (total de ações em circulação) de cada uma delas. Atualmente é composto por 31 ações, dentre as quais destacam-se: ABEV3, BBAS3, BBDC3, BBDC4, BRFS3, BVMF3, CIEL3, ITUB4, UGPA3, VALE5
INDX
Índice do Setor Industrial
Fruto de um convênio entre a FIESP e a BM&FBOVESPA, o Índice do Setor Industrial (INDX) foi desenvolvido com o objetivo de medir o desempenho das ações mais representativas do setor industrial. Atualmente é composto por 45 ações, dentre as quais destacam-se: ABEV3, BRFS3, CRUZ3, GGBR4, JBSS3, WEGE3
IDIV
Índice de Dividendos
O IDIV é composto pelas empresas listadas na BM&FBOVESPA que apresentaram os maiores “dividend yields” nos últimos 24 meses anteriores a seleção da carteira. Não estão incluídas nesse universo empresas emissoras de BDRs e empresas em recuperação judicial ou falência. Atualmente é composto por 36 ações, dentre as quais destacam-se: BBAS3, CESP6, CMIG4, NATU3, TBLE3, VALE3, VALE5, VIVT4
IGCX
Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada
O IGC - Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada tem por objetivo medir o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que apresentem bons níveis de governança corporativa. Tais empresas devem ser negociadas no Novo Mercado ou estar classificadas nos Níveis 1 ou 2 da BM&FBOVESPA. Atualmente é composto por 185 ações, dentre as quais destacam-se: BBDC4, BBSE3, BRFS3, CIEL3, ITUB4, UGPA3
IGCT
Índice de Governança Corporativa Trade
O IGCT é composto pelas ações de empresas integrantes do IGC que atendam simultaneamente aos critérios: índices de negociabilidade somados representem 99% do valor acumulado de todos os índices individuais e participação em termos de presença em pregão igual ou superior a 95% nos últimos 12 meses. Atualmente é composto por 121 ações, dentre as quais destacam-se: BBDC4, BRFS3, CIEL3, ITSA4, ITUB4, UGPA3, VALE3, VALE5
IEE
Índice de Energia Elétrica
O Índice de Energia Elétrica (IEE) foi lançado em agosto de 1996 com o objetivo de medir o desempenho do setor de energia elétrica. Atualmente é composto por 15 ações: ALUP11, CESP6, CMIG4, COCE5, CPFE3, CPLE6, ELET6, ELPL4, EQTL3, GETI4, LIGT3, TBLE3, TRPL4
MLCX
Índice Mid-Large Cap
O Índice Mid Large mede o retorno de uma carteira composta pelas empresas listadas de maior capitalização. Fazem parte deste índice as empresas que, em conjunto, representarem 85% do valor de mercado total da Bolsa. Atualmente é composto por 64 ações, dentre as quais destacam-se: ABEV3, BBDC4, BRFS3, CIEL3, ITSA4, ITUB4, PETR4, UGPA3, VALE5
IBrA
Índice Brasil Amplo
O ÍNDICE BRASIL AMPLO (IBrA) BM&FBOVESPA  tem por objetivo oferecer uma visão ampla do mercado acionário, medindo o comportamento das ações de todas as  empresas listadas na BM&FBOVESPA que atendam a seus critérios de inclusão. São incluídas na carteira do índice as ações que, com base nos 12 meses anteriores, índices de negociabilidade somados representem 99% do valor acumulado de todos os índices individuais e que estejam presentes mais 95% dos pregões no período. Atualmente é composto por 132 ações, dentre as quais destacam-se: ABEV3, BBDC4, BRFS3, ITSA4, ITUB4, PETR4, VALE5
IBrX 100
Índice Brasil 100
O IBrX - Índice Brasil é um índice de preços que mede o retorno de uma carteira teórica composta por 100 ações selecionadas entre as mais negociadas na BOVESPA, em termos de número de negócios e volume financeiro. Principais ações: ABEV3, BBDC4, BRFS3, ITSA4, ITUB4, PETR4, UGPA3, VALE5
IBrX 50
Índice Brasil 50
O IBrX-50 é um índice que mede o retorno total de uma carteira teórica composta por 50 ações selecionadas entre as mais negociadas na BM&FBOVESPA em termos de liquidez, ponderadas na carteira pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação. Principais ações: ABEV3, BBDC4, BRFS3, CIEL3, ITSA4, ITUB4, PETR4, UGPA3, VALE5
SMLL
Índice Small Caps
O índice Small Cap mede o retorno de uma carteira composta por empresas de menor capitalização. Fazem parte do índice ações que não estejam incluídas no índice Mid Large (MLCX), empresas emissoras de BDRs e empresas em recuperação judicial ou falência. Atualmente é composto por 69 ações, dentre as quais destacam-se: BRAP4, BRPR3, CYRE3, EQTL3, ODPV3, SULA11, TOTS3
IBOVESPA
Índice BOVESPA
O Índice Bovespa é o mais importante indicador do desempenho médio das cotações do mercado de ações brasileiro. Respondem por mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro verificados no mercado à vista (lote-padrão) da BM&FBOVESPA. Atualmente é composto por 68 ações, dentre as quais destacam-se: ABEV3, BBDC4, BRFS3, CIEL3, ITSA4, ITUB4, PETR4, VALE3, VALE5
IMAT
Índice de Materiais Básicos
O Índice de Materiais Básicos mede o comportamento das ações das empresas representativas do setor de Materiais Básicos. Atualmente é composto por 12 ações, dentre as quais destacam-se: BRKM5, CSNA3, FIBR3, GGBR4, KLBN11, SUZB5, VALE3, VALE5
IMOB
Índice Imobiliário
O Índice Imobiliário mede o comportamento das ações das empresas representativas dos setores da atividade imobiliária compreendidos por construção civil, intermediação imobiliária e exploração de imóveis. Atualmente é composto por 17 ações, dentre as quais destacam-se: ALSC3, BRML3, BRPR3, CYRE3, EVEN3, EZTC3, GFSA3, IGTA3, MRVE3, MULT3
Fonte: BM&FBOVESPA

Rendimentos nominais brutos das principais aplicações financeiras no Brasil nos últimos 4 anos



Em 2014, assim como nos últimos 4 anos, o dólar foi o ativo que apresentou melhor rendimento nominal bruto dentre as principais aplicações financeiras no Brasil. Na contramão, o IBOVESPA e os fundos de investimentos em ações foram os que apresentaram pior resultado.


quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

“A diferença entre um remédio e um veneno está só na dosagem”. (Paracelso – Médico e físico do séc. XVI)

Fontes: Ipeadata (2010 - 2013) e Banco Central (IBC-Br 2014)


O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) aumentou, nesta quarta-feira, 21 de janeiro de 2015, em meio ponto percentual a meta da taxa Selic, pela terceira vez consecutiva (e todas elevações após as eleições), de 11,75% para 12,25% ao ano.

Aumento da taxa de juros básica em 1,25% ao ano iniciado em outubro de 2014 – ou seja, após as eleições; IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros) multiplicado por 2, indo de 1,5% para 3% sobre operações de crédito; bitributação do setor de cosméticos; aumento de tributos sobre importações (em especial PIS/Cofins); volta da CIDE (sobre a gasolina); aumento da energia elétrica em torno de 30%; ausência de correção da tabela do Imposto de Renda pela inflação, entre outras medidas com o objetivo de maior retração do que a que já vivenciamos, além de sucessivos apagões por falta de oferta.

Com a economia brasileira em recessão não consigo entender o porquê do tamanho das medidas restritivas. Se o objetivo era demonstrar uma boa perspectiva para a economia brasileira no futuro, dando sinais de responsabilidade fiscal e monetária, não aparenta que a confiança de nenhum investidor racional voltará após tantos excessos e nenhum corte na máquina administrativa, como redução de ministérios e cargos comissionados (além de medidas reais de combate a corrupção), muito pelo contrário, o que se tem visto são aumentos de gastos nos três níveis de governo, do judiciário ao legislativo (lógico que também o executivo não poderia ficar de fora da farra). O aumento dos juros está relacionado a expectativas de inflação decorrentes principalmente pelo elevado nível de consumo (a princípio e em Bancos Centrais sérios e independentes). Ora, o consumo já foi reduzido como a maior parte dos dados reais e verídicos demonstram, não existe inflação de demanda (o país está em recessão!), o que existe é escassez de oferta porque o mercado local não tem capacidade produtiva e os aumentos salariais constantes acima da inflação reduzem ainda mais a competitividade do Brasil, que ainda é um dos países mais fechados do mundo e que tem uma equipe econômica que continua acreditando que ser uma economia fechada é um bom caminho para o desenvolvimento sustentado (só pode ser muito amadorismo ou mesmo má fé). Poderia, sim, até dizer que estamos vivenciando novamente tempos de inflação inercial (os aumentos do poder judiciário provocaram um efeito cascata, sem sentido para o momento atual, e o pior é que eles mesmos é que atribuem a própria remuneração, com o dinheiro público, fica fácil assim. Quem é da iniciativa privada também gostaria de definir a própria remuneração e ter direitos vitalícios e deveres limitadíssimos. Já está no momento de mudar esta aberração!). Algumas medidas econômicas até realmente fazem sentido (como retirar subsídios da energia elétrica e transferir a conta – bem verdade a um preço absurdo – para população, tudo isso por causa da birra de querer baixar o preço da energia a força em 2012), mas, no geral, aponta-se para uma catástrofe.

Parece que o remédio já passou da conta e virou veneno! Espero que boa parte da população esteja preparada para enfrentar mais alguns anos de recessão. Ou, aos que puderem, cogitem fortemente a mudança de país enquanto tivermos comandantes como estes!