segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

OGX: retorno de 7% em menos de dois meses para OGXP3?


As ações da OGX, empresa brasileira de óleo e gás natural controlada pelo Grupo EBX, do bilionário Eike Batista, foram uma das que tiveram pior desempenho em 2012, com queda de 68% – principalmente por expectativas frustradas (como a queda de mais de 25% em um único dia, 27 de junho de 2012, com a divulgação dos testes de vazão no Campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, resultado considerado decepcionante), o que ainda faz com que o mercado – em especial os especuladores – pressione para baixo o preço das ações da OGX devido às incertezas quanto a real capacidade da Companhia.

Em 2013 aparentemente a situação da Companhia é vista pelo mercado como mais favorável. As ações da OGX já acumulam alta de 10% em janeiro de 2013 (até o dia 26). Como fatos relevantes que implicaram na valorização das ações OGXP3 neste período destacam-se: o início de produção do terceiro poço produtor no Campo de Tubarão Azul (em 04 de janeiro de 2013) e a autorização pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) das atividades de perfuração e completação do poço 7-TBMT-10H-RJS, no campo de Tubarão Martelo. Com o aval da ANP, a OGX já deu início às atividades de perfuração do quarto poço produtor daquele campo. A previsão da Companhia é iniciar a produção em Tubarão Martelo, na bacia de Campos, com a chegada do FPSO (navio-plataforma) OSX-3, no segundo semestre de 2013. Adicionalmente, vários são os analistas que consideram que o preço das ações OGPX3 está subavaliado. A sugestão do BTG Pactual é de compra, com preço-alvo em torno de R$ 18,00. Já a Planner Corretora e o Barclays indicam como preço-alvo R$ 9,60 e R$ 7,00, respectivamente. De acordo com o site da revista Exame, a média de preço-alvo projetado pelas corretoras (HSBC, Planner, Santander, Votorantim, Barclays) para 2013 é de R$ 9,72.

Análise técnica OGXP3




De acordo com a figura acima, os indicadores MACD maior que zero e Estocástico próximo a 20 indicam oportunidades de compra para ações OGXP3. 

Adicionalmente, com base no gráfico abaixo, referente às cotações da OGXP3 nos últimos três meses, verifica-se um nível de suporte em R$ 4,25 e um nível de suporte a R$ 5,20, com última cotação a R$ 4,82. Desta forma, estima-se retorno aproximado de 7% nos próximos dois meses em relação à última cotação (observe que a indicação é bem inferior aos preços-alvo indicados pelas instituições financeiras listadas acima, basicamente em virtude do prazo mais curto da indicação de alta de mais de 7%).


OBS: O autor do blog não se responsabiliza por nenhuma operação que for ou vier ser realizada por qualquer leitor baseados nas informações aqui fornecidas, cabendo a eles, exclusivamente, a decisão de adquirir ou alienar valores mobiliários e o eventual ônus ou retorno financeiro decorrente de tal decisão. Qualquer decisão de compra ou venda de títulos e valores mobiliários deverá ser baseada em informações públicas existentes sobre os referidos títulos. Atenção ao investir em renda variável. O investidor deve estar ciente de que rentabilidade passada não significa certeza de rentabilidade futura.


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Ideologia barata ou retomar o crescimento?

O Brasil vem passando por um período de forte incerteza econômica neste início de ano. De um lado otimistas (ou pessimistas mal informados) que ressaltam que medidas como a redução da taxa de juros básica a 7,25% ao ano, aliada às obras da Copa do Mundo, Olimpíadas e PAC, além de redução de carga tributária e desoneração de folha de pagamentos para alguns setores específicos da economia e redução forçada do preço da energia elétrica seriam alguns dos indícios que a economia brasileira retomaria o rumo de crescimento. De outro, os que observam os fatos. Vários são os fatores que dificultam a crença neste otimismo. O prejuízo de R$ 1,3 bilhão da Petrobras no segundo trimestre de 2012 chamou a atenção. Tal fato foi decorrente da desvalorização do real (R$), que implicou em expressiva variação cambial negativa para maior “estatal” (na verdade, empresa de economia mista) e empresa do Brasil. Para evitar resultados negativos tão significativos e não influenciar ainda mais na trajetória ascendente da inflação que poderia ser um aumento do preço dos combustíveis derivados de petróleo, o governo federal resolveu absorver o aumento dos combustíveis (gasolina 7,83% e diesel 3,94%), no final de junho de 2012, através da redução da alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) para 0%. Mas, em dezembro de 2012, o ministério da fazenda já sinalizou que haverá reajuste em 2013.

Ademais, o dólar (USD) continuou o processo de valorização perante o real (R$) até dezembro de 2012, em grande parte por interferências do Banco Central, aumentando o nível de reservas durante 2012 em USD 26,548 bilhões (o montante de reservas internacionais em 31 de dezembro de 2012 alcançou USD 378,613 bilhões. Em 31 de dezembro de 2011, as reservas internacionais eram de USD 352,012 bilhões e o Brasil ocupava a sexta posição no ranking de maiores reservas internacionais do mundo, atrás apenas da China, Japão, Arábia Saudita, Rússia e Taiwan. Desde o início do governo da presidente Dilma Rousseff o nível de reservas internacionais já aumentou aproximadamente USD 90 bilhões.). Este montante elevado de reservas internacionais tem um custo altíssimo.

Segundo o Relatório de Gestão das Reservas Internacionais, do Banco Central do Brasil, de junho de 2012, a rentabilidade média das reservas internacionais em dólar (USD) de 2003 a 2011 foi de apenas 4,67% (a rentabilidade em 2011 foi de apenas 3,6%). Considerando esta média histórica de rentabilidade ou mesmo a rentabilidade de 2011 e considerando a desvalorização de 8,94% do real (R$) perante o dólar (USD) em 2012, claramente verifica-se que a rentabilidade em reais das reservas internacionais é negativa. E por que arcar com este ônus de rentabilidade negativa?



Em primeiro lugar é importante entender que é de suma importância manter recursos em reservas internacionais. A questão é “mas por que em montante tão elevado?” Manter reservas internacionais é importante porque fortalece a credibilidade da economia do país, principalmente para o Brasil que foi um dos países que não honraram seus compromissos de dívida na década de 1980 (o Brasil deu um verdadeiro calote durante o governo Sarney, moratória da dívida externa em 1987, questão que só foi resolvida em 1994 através da adesão ao plano Brady, durante o governo de Itamar Franco). Mas, segundo dados do Banco Central do Brasil, em novembro de 2012 a relação reservas internacionais versus dívida total era de 1,22, ou seja, 22% a mais de reservas internacionais do que dívidas a pagar, o que representa que o Brasil é credor internacional. E ser credor internacional é ruim? A princípio não, mas considerando que a rentabilidade das reservas é negativa, não é bom negócio acumular mais reservas! É o que está acontecendo na prática também para o poupador individual comum no Brasil, que precisa se conscientizar da necessidade de diversificação de seus investimentos. A poupança rende em média 6% ao ano, considerando que a inflação medida pelo IGP-M foi 7,81%, a rentabilidade efetiva foi negativa (-1,81%)!

Manter este nível de reservas internacionais tão alto não faz sentido! Por que a Excelentíssima Presidente Dilma Rousseff reclama que os Estados Unidos estão adotando uma política monetária expansionista e desvalorizando o dólar (USD) se o Brasil é um dos principais financiadores dos Estados Unidos (comprando títulos públicos americanos de baixa rentabilidade) e se o Brasil também vem desvalorizando o real (R$)? Pura incoerência!

O elevado nível de reservas implica em perda de parte de uma possível remuneração com juros (desta reserva excessiva), que poderia muito bem ser melhor direcionada para amortizar parte da dívida pública (injetando mais recursos na economia), reduzir o compulsório, entre outras medidas, o que possibilitaria efetiva e significativa redução dos juros para economia real (leia-se empresas e consumidores) e poderia impulsionar a economia de forma mais sustentada (menos juros, mais investimentos, mais crédito para o consumidor, mais consumo, maior crescimento, etc.).

O enfraquecimento do real é uma anomalia de curto prazo, devido a interferência do governo federal. Seus efeitos são nefastos e no futuro próximo podem ser devastadores. O real desvalorizado artificialmente é ruim para quem deseja viajar para o exterior, ruim para os importadores, ruim para a inflação e ruim para a economia como um todo. E dizer que o real está valorizado claramente é uma visão pouco racional e de curta profundidade.

Ideologia

Ao final de novembro de 2012, quando o dólar estava próximo de R$ 2,10 /USD, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o dólar acima de R$ 2,00 vinha para ficar e foi agraciado durante a 32ª reunião do Fórum Nacional da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na oportunidade o presidente da CNI, Robson Braga Andrade, disse: “O dólar estava em R$ 1,60, nós achávamos que tinha de chegar pelo menos a R$ 2,00. Chegou a R$ 2,00 e agora a gente acha que tem de chegar a R$ 2,40”. Incrível como fica claro a quem o governo federal quer atender em detrimento de todos os setores da economia. A indústria é o setor a ser beneficiado! O motivo? Certamente não é econômico! Só para confirmar que não é econômico, verifica-se que o crescimento estimado para indústria em 2012 é negativo em mais de 2% (aproximadamente -2,4% ou pior). A economia como um todo ainda conseguiu um pífio crescimento econômico em 2012 de aproximadamente 1%, mas o setor beneficiado pelo governo não colaborou, com retração das atividades, queda da utilização da capacidade instalada e queda no nível de emprego (segundo indicadores econômicos do Banco Central do Brasil, de 16 de janeiro de 2013, a produção industrial total teve retração de 2,6%, até novembro de 2012, e o emprego na indústria de transformação tinha sofrido retração de 0,4% e a utilização da capacidade instalada teve queda de 1,3%, dados até outubro 2012). Isso tudo mesmo após o governo ter atuado diretamente beneficiando o setor industrial, com desvalorização cambial artificial, redução de IPI para automóveis e eletroeletrônicos, desoneração de encargos sobre folha de pagamentos e até a provável malfadada redução forçada do preço da energia elétrica em 2013.

Resquícios de desenvolvimentismo das décadas de 50, 60 e 70 (através de indústrias) ainda se fazem presentes na cabeça de ministros e até da presidente. Isto é inacreditável! A economia atual tem sim grande impacto e participação da indústria, mas deve ser observado que o setor de serviços é que tem alavancado as economias de todo mundo. A mera instalação de fábricas no país não gera tanta riqueza se não houver participação significativa de pesquisa e desenvolvimento (P&D) locais, com o incentivo a capacitação não apenas em nível técnico como é pregado (apesar de muito importante), mas sim em níveis mais elevados de conhecimento e tecnologia! Tome-se o caso do Japão, Coreia do Sul e até da China. Estes países eram importadores de tecnologia, depois se tornaram copiadores e agora são disseminadores de tecnologia e conhecimento. O Brasil ainda é muito tímido em relação a este tema, em relação ao comércio internacional e em diversos outros temas que poderiam gerar algum tipo de crescimento sustentado.

Já foi comprovado que excesso de intervencionismo estatal conduz a ineficiências econômicas e até mesmo aumento da corrupção (observem o caso da antiga União Soviética ou mesmo as obras do PAC, como a transposição do Rio São Francisco, com mais de R$ 700 milhões reconhecidos como indevidos).

Ora, que existe o “Custo Brasil” decorrente de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos sucateados todos sabemos. Sabemos também que o sistema tributário brasileiro é muito complexo, com carga tributária superelevada, sendo uma das mais altas do mundo, e demanda quantidade adicional elevada de profissionais para entendimento e execução das atividades tributárias em comparação a outros países. Sim, já sabemos! Mas por que também não cobrar da iniciativa privada melhoria de seus processos produtivos? Por que não cobrar da iniciativa privada que ela é corresponsável pela infraestrutura? Por que alguns poucos setores da economia tem de ser beneficiados sem critério? Por que atribuir aos setores financeiro e de energia elétrica o ônus de toda a economia? Simples! Os setores menos produtivos sempre esperam que o governo faça o que eles deveriam fazer e uma das formas que eles conseguem isto é através do lobby por redução de tributos (o que é válido) e por desvalorização cambial. A desvalorização cambial possibilita aos menos produtivos uma reserva de mercado por dificultar e muitas vezes impedir a concorrência internacional. Um mercado menos competitivo pode cobrar preços mais altos por determinados produtos e serviços do que se houvesse um mercado competitivo. Isto implica menor volume de importações e maior inflação interna (e alguns esperam aumento do volume de exportação, mas como a produtividade de alguns produtos internos é baixa, muitas vezes a desvalorização cambial só implica a redução do comércio internacional e o aumento da inflação).

Por isso, é preciso ter em mente que menos intervencionismo estatal, com o câmbio efetivamente flutuante e não desvalorizado, pode ser um dos maiores estímulos tanto para redução da inflação como também para o crescimento sustentado.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Ações em alta em 2013?

Renomado professor de finanças de Wharton, PhD pelo MIT, Jeremy Siegel, diz que o Dow Jones tem 66% de probabilidade de alcançar os 15000 pontos e 50% de probabilidade de vir a alcançar os 17000 pontos em 2013. Atualmente o índice Dow Jones está em aos 13488 pontos. O que isso indica? Indica que a tendência é de valorização dos principais índices de ações no mundo, dentre os quais o IBOVESPA. Consequentemente, espera-se que em 2013 boa parte das ações se valorizem, indicando oportunidades de ganhos com ações em 2013.


Vide link abaixo com entrevista na CNBC.

http://www.cnbc.com/id/100373289

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Contabilidade criativa?

Matéria, com vídeo, do Jornal da Globo sobre manobras nos gastos federais (contabilidade criativa):
http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2013/01/oposicao-cobra-explicacao-de-manobras-nos-gastos-federais.html

http://mansueto.wordpress.com/2013/01/08/sobre-truques-fiscais-e-a-contabilidade-criativa/

Os links acima contém informações relevantes sobre manobras nos gastos federais em 2012 ou, como está sendo chamada, contabilidade criativa. A princípio, mais uma trapalhada do excelentíssimo ministro Guido Mantega. Quando os dados oficiais sobre a contabilidade nacional de 2012 comento tal assunto com mais detalhes.

Desempenho das principais ações do IBOVESPA


Setor
Petróleo
Mineração
Siderurgia
Ação
PETR4
OGXP3
VALE5
VALE3
GGBR4
Rentabilidade em 2012
-6,9%
-67,8%
14,5%
13,4%
25,7%
Participação (Volume R$) Empresa/Setor
71,0%
25,3%
96,3%
96,3%
41,0%
Participação (Volume R$) Setor/BOVESPA
15,7%
15,7%
15,4%
15,4%
4,4%

Setor
Instituição Financeira
Serviços Financeiros
Construção Civil
Ação
ITUB4
BBDC4
BBAS3
BVMF3
PDGR3
Rentabilidade em 2012
1,7%
18,0%
15,7%
49,0%
-41,9%
Participação (Volume R$) Empresa/Setor
34,5%
27,0%
18,5%
33,0%
30,7%
Participação (Volume R$) Setor/BOVESPA
12,7%
12,7%
12,7%
6,1%
5,7%

Fonte: BM&FBovespa

Dentre as ações listadas acima, destaque para as ações da BM&FBovespa (BVMF3), com alta de 49%. Com rentabilidade negativa de 67,8%, a empresa OGX, do megaempresário Eike Batista, foi uma das decepções do ano. Contudo, existe expectativa entre os analistas que a OGXP3 esteja subvalorizada e é bem possível que em 2013 recupera pelo menos parte da enorme perda sofrida em 2012.